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`Podres de Ricos' pode abrir caminho e ter bilheteria recorde

Jordyn Holman e Anousha Sakoui

13/08/2018 15h08

(Bloomberg) -- Pelos padrões habituais de Hollywood, "Podres de Ricos" é uma comédia romântica modesta, que gerará cerca de US$ 18 milhões em sua estreia na América do Norte, a partir de quarta-feira.

Mas o verdadeiro sinal de seu sucesso reside no fato de talvez conseguir que sejam lançados mais filmes como esse. Hollywood não fazia um filme como este -- com um elenco majoritariamente asiático -- há 25 anos. Assim como "O Clube da Felicidade e da Sorte", de 1993, "Podres de Ricos" também se baseia em um best-seller e muitos o considerarão como um teste sobre o apelo de um filme americano com temas asiáticos.

"Muitos de nós temos a esperança de que seja o amanhecer de uma nova era", disse Janet Yang, produtora executiva de "O Clube da Felicidade e da Sorte". "O desejo de finalmente reivindicar uma parte da indústria vem aflorando há algum tempo."

"Podres de Ricos" é o mais recente esforço de Hollywood para diversificar seu conjunto de profissionais, tanto em frente quanto atrás das câmeras. O filme "Pantera Negra", da Walt Disney, bateu recordes de bilheteria neste ano e ajudou a mostrar o apelo global de filmes com temas e elencos negros.

"Era muito importante para nós ter o reconhecimento da comunidade asiático-americana -- este é o momento dela", disse Terra Potts, executiva da Warner Bros. que supervisiona o marketing multicultural, em uma entrevista.

'Grande e atraente'

"Podres de Ricos" é uma chance de os asiáticos-americanos se verem na telona em um filme que é "grande e atraente, e não os mostra em uma situação de pobreza ou dificuldade", disse Potts. O filme "não destaca estereótipos, apenas celebra quem eles são e a complexidade de ser não só asiáticos, mas asiáticos-americanos".

Os asiáticos têm sido quase invisíveis em Hollywood. Em um estudo de filmes populares, pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia descobriram que menos de 5 por cento dos personagens eram asiáticos e que mais de um em cada três filmes não tinha nenhum personagem asiático com falas. Quatro por cento dos diretores eram asiáticos ou asiáticos-americanos; diretoras asiáticas foram quase inexistentes na amostra.

Em seu estudo anual de espectadores por raça e etnia, a Associação Cinematográfica dos EUA levou em consideração o público de asiáticos-americanos neste ano pela primeira vez. Concluíram que a frequência per capita era maior entre o público latino e asiático, e que os asiáticos responderam por 8 por cento dos frequentadores de cinemas em 2017, apesar de representarem apenas 6 por cento da população dos EUA.

"A maior desculpa de Hollywood em relação aos profissionais asiáticos-americanos é que não há prova de que ao atores asiáticos-americanos geram sucessos de bilheteria", disse Andrew Lee, produtor cinematográfico em Austin, nos EUA, que organizou uma festa para arrecadar fundos para promover o filme. "Os asiáticos realmente gastam dinheiro. Está na hora de investir nesse segmento."

Repórteres da matéria original: Jordyn Holman em N York, jholman19@bloomberg.net;Anousha Sakoui em Los Angeles, asakoui@bloomberg.net