Reunião secreta na cidade da Starbucks levou Coca a buscar Costa
(Bloomberg) -- Uma reunião secreta em Seattle deu início ao turbilhão que levou a Coca-Cola a buscar a rede de cafeterias Costa.
O CEO da gigante de bebidas dos EUA, James Quincey, conversou em maio pela primeira vez com sua colega da empresa britânica que controla a Costa sobre adicionar café à linha de produtos da pioneira dos refrigerantes, segundo pessoas a par do assunto.
Quincey e Alison Brittain, que comanda a Whitbread, estavam na Cúpula de CEOs da Microsoft, uma reunião exclusiva de líderes empresariais. Realizada na cidade natal da gigante da tecnologia, a cidade coincidentemente também é sede da maior rival da Costa, a Starbucks.
Este relato da abordagem, que levou as empresas a anunciarem uma transação na sexta-feira oito minutos depois de terem assinado a linha pontilhada, se baseia em declarações públicas e em entrevistas com pessoas familiarizadas com as discussões.
"Acabamos de fazer um acordo absolutamente impressionante que precisávamos anunciar", disse Brittain a analistas, usando um coloquialismo britânico. As negociações estavam em andamento há meses, disse ela.
Quincey, que analisava uma expansão para o café desde que assumiu a companhia, no ano passado, passou boa parte do ano estudando o setor antes de se concentrar na Costa, uma empresa que lhe dará um peso instantâneo nesse campo, com 3.800 lojas em 32 países e presença na China.
White e Crimson
Uma proposta de aquisição foi feita em junho, em negociações que foram tratadas principalmente pelos CEOs, ambos britânicos que cresceram no país e têm um senso de humor similar. A Coca-Cola acabou contratando assessores da Rothschild & Co., e o Goldman Sachs Group liderou a equipe da Whitbread, juntamente com o Morgan Stanley e o Deutsche Bank.
Durante as negociações, os consultores de ambos os lados se referiram às empresas por meio de diferentes codinomes, incluindo: White para Whitbread, Crimson para Coca-Cola, Citrine e Del Sol para Costa, um jogo de palavras com o nome da região litorânea espanhola.
Quincey, ciente de que a Nestlé, a JAB Holding e a Starbucks também poderiam estar interessadas na Costa, estipulou que um potencial acordo fosse elaborado em conversas bilaterais, em vez de em um leilão que envolvesse pretendentes rivais.
Um representante da Whitbread não quis comentar as negociações. Os dois executivos de fato compareceram à conferência, e as negociações começaram "há alguns meses", disse um porta-voz da Coca-Cola, que não quis comentar outros detalhes específicos dos bastidores.
A diretoria da Whitbread pretende recomendar que os acionistas aceitem o acordo em uma votação que ocorrerá em meados de outubro, mas vai considerar todas as ofertas concorrentes feitas antes dessa data. A força do acordo com a Coca-Cola conquistou o apoio unânime do conselho, disse Brittain. O acordo poderia ser concluído no primeiro semestre do ano que vem, previu ela.
"Foi uma transação muito rápida", disse ela. "Estou me sentindo muito alegre esta manhã."
--Com a colaboração de Craig Giammona e Chitra Somayaji.
Repórteres da matéria original: Ruth David em London, rdavid9@bloomberg.net;Lisa Pham em Londres, lpham14@bloomberg.net;Thomas Buckley em Londres, tbuckley25@bloomberg.net
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