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China estuda megafusão de operadoras para acelerar 5G: Fontes

Bloomberg News

04/09/2018 12h30

(Bloomberg) -- A China estuda uma fusão entre duas das três operadoras de telefonia celular do país, segundo pessoas a par do assunto, em um momento em que o país busca acelerar o desenvolvimento do 5G e ganhar uma vantagem sobre os EUA na corrida pelo domínio da tecnologia móvel.

As principais autoridades do país analisam uma proposta de fusão da China United Network Communications Group com a China Telecommunications, mas nenhuma decisão foi tomada e é possível que a combinação não aconteça, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas por discutirem um assunto privado.

O que está em jogo é a capacidade de definir e controlar o 5G, a tecnologia sem fio de alta velocidade considerada fundamental para revolucionar o uso de tudo, desde eletrodomésticos até carros. O temor de que a China consiga uma posição de vantagem levou o presidente dos EUA, Donald Trump, a impedir a tentativa da Broadcom de comprar a fabricante de chips Qualcomm, naquela que teria sido a maior aquisição da história do setor de tecnologia.

"O sucesso do 5G é uma das metas mais importantes da China e a fusão é a solução perfeita para o que a China quer alcançar", disse Edison Lee, analista do Jefferies Hong Kong, que sinalizou a possibilidade de fusão das duas empresas em julho e no mês passado. "Com o avançar da guerra comercial EUA-China, acreditamos que o Conselho de Estado pode estar mais ansioso para pensar de forma renovada e mais radical em como acelerar o lançamento do 5G."

Os veículos com ações listadas em Hong Kong das duas empresas estatais, ambos menores do que a China Mobile em escala, subiram fortemente nesta terça-feira. A China Unicom (Hong Kong) avançou 5,9 por cento, maior ganho desde novembro de 2016, e a China Telecom registrou elevação de 4 por cento, atingindo o maior preço de fechamento desde 29 de janeiro. O valor de mercado combinado das empresas aumentou para mais de US$ 77 bilhões.

A imprensa chinesa tem especulado sobre uma possível fusão, embora executivos da Unicom e da China Telecom tenham minimizado as chances no mês passado durante entrevistas sobre resultados. Nesta terça-feira, a Unicom informou que não tem conhecimento de nenhuma fusão, comentário repetido pela China Telecom. A Comissão de Supervisão e Administração de Ativos do Estado, que supervisiona as empresas estatais da China, e o Ministério da Indústria e da Tecnologia da Informação não responderam a perguntas.

Uma combinação da Unicom com a China Telecom criaria uma operadora com mais de 590 milhões de assinantes de telefonia celular, número inferior apenas ao da China Mobile entre as operadoras de telefonia celular em todo o mundo. A proposta analisada argumenta que a fusão poderia acelerar a capacidade do governo de levar adiante suas ambições para o 5G porque uma empresa combinada poderia fazer os investimentos necessários mais facilmente do que as empresas separadas, disseram as pessoas.

O governo chinês estuda a fusão das duas empresas há anos, mas a crescente tensão com os EUA tornou o assunto mais urgente, disseram as pessoas. Por exemplo, a recente proibição temporária dos EUA de exportações para a ZTE, que quase paralisou a empresa devido à sua dependência em relação à tecnologia americana, ajudou a dar motivos à China para priorizar ainda mais o desenvolvimento do 5G, argumenta a proposta, segundo as pessoas informadas a respeito.

--Com a colaboração de Vinicy Chan.

To contact Bloomberg News staff for this story: Steven Yang em Beijing, kyang74@bloomberg.net;Jing Yang de Morel em Xangai, jyang543@bloomberg.net