Sindicatos são cruciais para geração de riqueza a negros nos EUA
(Bloomberg) -- Os sindicatos têm sido uma ferramenta efetiva para fomentar a mobilidade social, especialmente entre os trabalhadores não brancos, segundo uma nova pesquisa.
Os membros não brancos de sindicatos, como os negros e os latinos, tiveram uma mediana de riqueza de US$ 33.511, quase cinco vezes a mediana de riqueza dos trabalhadores não brancos e não sindicalizados entre 2010 e 2016, informou o Center for American Progress (CAP) em relatório divulgado nesta terça-feira. Os sindicalizados brancos têm mais riqueza que os trabalhadores brancos não sindicalizados, mas a diferença -- cerca de 40 por cento -- é muito menos acentuada.
"Os sindicatos aumentam a riqueza de todos os trabalhadores, e o salto na riqueza é maior entre as comunidades não brancas", disse David Madland, coautor do estudo e membro sênior do think tank progressista com sede em Washington. "Os sindicatos não estão ajudando apenas um grupo, estão ajudando todos os grupos, e a ajuda maior vai para as pessoas que mais precisam."
Entre os trabalhadores negros, especificamente, os membros dos sindicatos apresentaram quase US$ 20.000 a mais em mediana de riqueza do que os não sindicalizados, segundo o relatório.
Os trabalhadores brancos, sindicalizados ou não, apresentaram uma mediana de riqueza maior do que os trabalhadores não brancos, concluiu o estudo do CAP. Os brancos sindicalizados registraram uma mediana de riqueza mais de três vezes superior à dos trabalhadores sindicalizados não brancos.
Benefícios laborais
Madland e Christian Weller passaram dois anos analisando dados da pesquisa trienal de finanças do consumidor do Federal Reserve, um estudo com representação nacional sobre a riqueza das famílias dos EUA.
Os pesquisadores determinaram que os benefícios laborais obtidos com acordos coletivos, como planos de saúde, criam mais chances entre as pessoas não brancas para economizar e investir.
Por exemplo, 58,7 por cento dos trabalhadores não brancos sindicalizados eram donos de suas casas, contra 47,7 por cento dos trabalhadores não brancos não sindicalizados, segundo o estudo. Mais da metade dos trabalhadores não brancos sindicalizados tinha um plano de previdência 401 (k), contra 35 por cento daqueles que não eram cobertos por acordos coletivos.
Estabilidade no emprego
Os trabalhadores sindicalizados não brancos também permanecem mais tempo no emprego do que os funcionários não brancos e não sindicalizados, segundo o relatório.
"Todos esses fatores são muito mais pronunciados entre as comunidades não brancas sindicalizadas", disse Madland. "A estabilidade maior no emprego é realmente importante. O acesso maior a benefícios é particularmente importante para as comunidades não brancas, por isso só vemos um efeito mais forte em sindicatos capazes de aumentar a riqueza dessas pessoas que têm menos probabilidade de contar com esses fatores em um emprego não sindicalizado."
Os sindicatos estão atualmente em situação instável nos EUA. Em junho, a Suprema Corte desferiu um golpe nos sindicatos do setor público ao determinar que funcionários não sindicalizados do governo não são obrigados a pagar taxas sindicais, mesmo que estejam cobertos por contratos sindicais.
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