Ana Botín, do Santander, mantém a calma em relação ao Brasil
(Bloomberg) -- A presidente do conselho do Banco Santander, Ana Botín, observadora do Brasil há três décadas, continua otimista em relação ao País apesar das eleições divisivas que ameaçam a maior economia da América Latina.
A unidade brasileira do banco provavelmente entregará um retorno sobre o patrimônio perto de 20 por cento neste ano, disse Botín, em entrevista à Bloomberg Television, nesta terça-feira. Mesmo durante a última recessão, o ROE permaneceu próximo de 14 por cento no Brasil, disse. O nível é superior ao de praticamente todos os demais integrantes do Bloomberg Europe Banks and Financial Services Index.
Muitos brasileiros estão divididos às vésperas da eleição de 7 de outubro que selecionará dois candidatos à presidência. Os mais propensos a chegar ao segundo turno são um ex-capitão do Exército, de extrema-direita, com uma visão benigna sobre a ditadura, e um esquerdista do partido que levou a economia para a beira do abismo. Alguns líderes empresariais temem que a polarização entre esquerda e direita possa colocar em risco uma reforma da previdência significativa e isso já forçou algumas empresas a suspender seus planos financeiros.
"Eu tenho uma fé enorme em um país que conheço há 30 anos", disse Botín. "As eleições serão importantes, sim, mas determinarão o ritmo do desenvolvimento, não a direção. A eleição de domingo não é o fim, nem o começo do Brasil. Eu a vejo como uma normalização da política."
Otimismo de Botín
Estão em jogo no Brasil quase US$ 1 trilhão em dívida pública, a produção de uma das principais cestas de alimentos do mundo e um enorme mercado para as empresas multinacionais. O tamanho desse mercado interno, seu forte setor privado e a força das instituições do país respaldam o otimismo de Botín, embora alguns analistas enxerguem riscos para sua democracia.
O Brasil e o México respondem por cerca de um terço do lucro líquido do Santander, aproximadamente o mesmo que a Espanha, Portugal e o negócio de consumo do Santander nos países da zona do euro. O total de empréstimos nos dois países latino-americanos, no entanto, é de menos de um terço disso, disse Botín, o que demonstra o potencial de crescimento na região.
Nem todos embarcam no otimismo de Botín: Daragh Quinn, analista da KBW, reduziu sua classificação para a ação, de desempenho acima da média para performance em linha com o mercado, afirmando que a incerteza gerada pelas eleições no Brasil deste mês é a pior desde 2002.
Repórteres da matéria original: Charlie Devereux em Buenos Aires, cdevereux3@bloomberg.net;Francine Lacqua em Londres, flacqua@bloomberg.net
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.