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JPMorgan e Citigroup financiam aquisição da Raízen, dizem fontes

Cristiane Lucchesi e Fabiana Batista

02/10/2018 14h47

(Bloomberg) -- JPMorgan e Citigroup estão entre os bancos que estão financiando a aquisição, pela Raízen, de ativos argentinos de refino e distribuição da Royal Dutch Shell por US$ 916 milhões, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

A gigante brasileira de combustíveis obteve uma linha de crédito pré-aprovada de US$ 850 milhões no início deste ano, dos quais US$ 600 milhões serão usados, disse uma das pessoas, pedindo para não ser identificada porque o empréstimo não foi tornado público. Na sexta-feira, foram sacados US$ 300 milhões, disse a pessoa.

O empréstimo, tomado sob a forma de club deal, contou com a participação, além do Citi e do JPMorgan, do Crédit Agricole, do Mitsubishi UFJ Financial Group e do Bank of Nova Scotia, segundo as pessoas.

A Raízen também obteve recentemente empréstimos bilaterais de bancos incluindo o BNP Paribas, o Bank of Nova Scotia e o Crédit Agricole, disseram as pessoas.

A Raízen, que comprou os ativos da Shell como parte de sua expansão na América Latina, estava inicialmente considerando emitir títulos de dívida para financiar a transação, mas a incerteza política na região forçou a empresa a adiar a oferta, de acordo com pessoas familiarizada com o plano. A Raízen ainda buscará vender os papéis quando as condições do mercado permitirem e poderá usá-los para refinanciar o empréstimo bancário, disseram as pessoas.

Representantes da Raízen, do Citigroup e do MUFG não quiseram comentar. Os demais bancos não responderam a pedidos de comentário.

A Shell colocou os ativos argentinos à venda ano passado como parte de um plano de desinvestimento de US$ 30 bilhões para reduzir a dívida após a aquisição do BG Group Plc. A Raízen pagou US$ 916 milhões pelos ativos, dos quais US$ 100 milhões foram depositados em abril, US$ 370 milhões pagos em 1º de outubro e os US$ 446 milhões restantes serão pagos até dezembro de 2019.

O negócio foi concluído na segunda-feira, de acordo com comunicado da Raízen, uma joint venture entre a Shell e a Cosan no Brasil.

As operações da Shell na Argentina incluem uma rede de 645 postos de combustíveis com vendas de cerca de 6 bilhões de litros por ano e uma participação de mercado de cerca de 20%.

A Raízen é a maior produtora de açúcar e etanol do mundo e a segunda maior distribuidora de combustíveis do Brasil. Ela já controla mais de 6.000 postos de gasolina da marca Shell e distribui cerca de 25 bilhões de litros de combustível no Brasil, respondendo por cerca de um quarto do mercado, segundo o site da empresa.