Milionários asiáticos investem em música após aposta em futebol
(Bloomberg) -- Legiões de investidores endinheirados da Ásia estão tendo a oportunidade de lucrar em cima do streaming de música, com a popularidade de serviços como Spotify.
A Swiss-Asia Holding, que antes oferecia a clientes títulos atrelados a futebol, pretende levantar US$ 100 milhões com instrumentos financeiros vinculados a royalties gerados por direitos autorais de músicas, explicou Anthony S. Casey, gestor de investimentos da firma sediada em Cingapura. Os investidores do produto futebolístico - notas garantidas pelos direitos dos clubes na transmissão de jogos pela TV - tendem a migrar para o novo papel porque o outro chegou ao vencimento, disse ele.
Os títulos musicais já foram comprados em nome de clientes asiáticos por DBS Private Bank, Julius Baer Group e Bank of Singapore. Embora a alta de juros ofereça mais opções de aplicação para pessoas abastadas, ainda há demanda por diversificação em ativos alternativos sem correlação com a volatilidade dos mercados.
"É difícil obter estabilidade em uma carteira hoje em dia", disse Ian Winter, fundador e diretor da Quest Exploration & Drilling, das Filipinas, que investiu US$ 250.000. "O papel musical oferece hedge contra mercados voláteis diante do Brexit, do dólar forte e de uma guerra comercial" no horizonte, argumentou ele
Hipgnosis, Vivendi
A Ásia é alvo preferencial de bancos privados. É na região que a riqueza mais cresce no mundo e totaliza US$ 22 trilhões, segundo a Capgemini.
Os títulos musicais visam dividendo anual de 5 por cento vindo de royalties gerados por direitos autorais e crescimento do capital de 10 por cento se houver apreciação das ações subjacentes. Só têm permissão para investir indivíduos certificados e de alto patrimônio líquido. A Swiss-Asia fica com comissão anual de 1,5 por cento e 15 por cento sobre a performance.
Entre os principais ativos estão papéis da Hipgnosis Songs Fund, Spotify Technology, Vivendi e da japonesa Line Corp. A instituição pretende incluir Tencent Music Entertainment Group, que nesta semana apresentou a documentação para listar US$ 1 bilhão em valores mobiliários nos EUA. A Spotify encerrou o segundo trimestre com 180 milhões de usuários mensais ativos e 83 milhões de assinantes do serviço premium, um aumento de 40 por cento em relação a um ano antes. Segundo Casey, nenhum outro fundo faz gestão ativa de uma combinação de músicas, serviços de streaming, gravadoras e aberturas de capital ligadas a música.
"A revolução do streaming mudou a música como conhecíamos", declarou Casey. "As pessoas deixaram de música e agora alugam música." Como alguns mercados acionários estão batendo recordes, "investimentos não correlacionados estão mais atraentes do que nunca", disse ele.
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