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Acusado de roubar vinho de presidente do Goldman se suicida

Chris Dolmetsch

10/10/2018 12h27

(Bloomberg) -- Um homem que já trabalhou como assistente pessoal do presidente do Goldman Sachs Group se matou na tarde em que iria se declarar culpado de roubar mais de US$ 1 milhão em vinhos raros de David Solomon.

Nicolas De-Meyer, 41 anos, saltou do 33º andar do Carlyle Hotel, onde estava hospedado, ao redor de 14:30 da terça-feira, de acordo com a polícia de Nova York. Era neste horário que ele tinha audiência marcada em um tribunal federal em Manhattan, em que iria admitiria o transporte interestadual de propriedade roubada.

De-Meyer trabalhou para David Solomon de 2008 até novembro de 2016. Ele foi acusado de roubar e revender centenas de garrafas - sete delas de uma das safras mais raras e caras do mundo - avaliadas em US$ 1,2 milhão.

Segundo a promotoria, uma das funções regulares de De-Meyer era receber vinho enviado ao apartamento de Solomon em Manhattan e levar até a adega de outra casa do patrão, em East Hampton. Ele teria se apresentado com nome falso ? Mark Miller ? para vender as garrafas a um negociador de vinhos na Carolina do Norte. O presidente do Goldman, um colecionador conhecido, descobriu o roubo em novembro de 2016 e confrontou De-Meyer. O funcionário confessou e prometeu devolver o valor para o chefe, de acordo com os promotores.

Em vez disso, De-Meyer fugiu para o exterior e passou os 14 meses seguintes em cidades como Roma, Rio de Janeiro e Buenos Aires. Ele foi preso em janeiro, quando aterrissou no Aeroporto Internacional de Los Angeles, e passou dois meses na cadeia até ser solto após pagar fiança de US$ 1 milhão. A fiança foi levantada com uma letra de crédito garantida por dinheiro e pela casa da mãe dele, no Estado de Ohio.

Na terça-feira, promotores federais e a advogada de De-Meyer aguardavam o acusado para o que, segundo um funcionário do fórum, seria a audiência em que ele se declararia culpado. Os promotores e a advogada Sabrina Shroff não retornaram solicitações de comentário da reportagem.

Solomon, 56 anos, assumiu a presidência do banco em julho, substituindo Lloyd Blankfein. Ele recebeu o título de Mr. Gourmet 2010 da Sociedade Baco da América. Em sua residência em Manhattan, Solomon teria espaço dedicado para armazenar 1.000 garrafas de vinho, de acordo com informação veiculada pela Real Deal em 2016.

Entre o material roubado estavam sete garrafas de Domaine de la Romanée-Conti, tinto da Borgonha considerado "entre os melhores, mais caros e raros vinhos do mundo", que haviam sido compradas por US$ 133.650, segundo a acusação.