Petróleo pode chegar a US$ 100 se oferta diminuir, diz Citi
(Bloomberg) -- Os preços do petróleo deverão manter uma "tendência de alta" no restante do ano devido ao aumento da demanda das refinarias em novembro e dezembro, segundo o Citigroup.
O preço médio de US$ 80 por barril neste trimestre é "realista", com possibilidade de picos de US$ 90 ou de até US$ 100 se novas interrupções piorarem a crise de oferta em meio ao aumento do consumo, disse o chefe global de pesquisa sobre commodities do Citi, Ed Morse, nesta terça-feira. O petróleo Brent, usado como referência, superou a casa dos US$ 85 no começo do mês passado devido ao temor de que as sanções impostas pelos EUA ao Irã gerassem escassez. De lá para cá, os preços voltaram a cair.
A perspectiva surge em meio a sinais contraditórios da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e de seus aliados ao mercado em relação à oferta. Enquanto a Rússia sugere que poderia elevar a produção a um nível recorde, um comitê da Opep sinaliza que o grupo poderia limitar a oferta novamente em 2019. A peça central dessa incerteza é o Irã, país que nesta semana foi alvo de sanções dos EUA, embora com isenções para oito compradores do petróleo do país.
O Irã provavelmente manterá as vendas em cerca de 1 milhão de barris por dia, disse Morse, em entrevista à Bloomberg Television, acrescentando que as isenções não permitem compras ilimitadas. "Quanto petróleo será concedido pelo Irã a cada um desses oito países? Só poderemos supor quando sair algum tweet de algum integrante do governo."
Interrupções também deverão afetar a oferta em outros lugares, inclusive em países integrantes da Opep, como Nigéria, Líbia e Venezuela, segundo Morse. Na Nigéria, com eleições próximas, "sempre há interrupções e elas atingem em média cerca de meio milhão de barris por dia", disse.
Para o ano que vem, o Citigroup vê mudanças no panorama da demanda, já que o crescimento econômico possivelmente mais baixo pesará sobre o consumo de energia.
"A longo prazo, há muitos obstáculos para a demanda", disse Morse. "Acredito que a demanda do ano que vem poderia ser 500.000 barris por dia menor que a deste ano."
Repórteres da matéria original: Manus Cranny em Londres, mcranny@bloomberg.net;Anthony DiPaola em Dubai, adipaola@bloomberg.net
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