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Russos e sauditas divergem sobre cortes ao petróleo, dizem fontes

Javier Blas e Elena Mazneva

03/12/2018 13h25

(Bloomberg) -- A Rússia e a Arábia Saudita ainda não acertaram os detalhes de nenhum acordo novo para restringir a produção de petróleo, mesmo depois que o presidente russo, Vladimir Putin, endossou a continuidade da cooperação entre os dois maiores exportadores do mundo.

Representantes dos ministérios de energia de ambos os países se reuniram em Moscou neste fim de semana, mas divergiram em relação à divisão do fardo dos novos cortes, segundo pessoas familiarizadas com as negociações, que pediram para não ser identificadas porque as discussões não são públicas. A Opep e os aliados de fora do grupo se reunirão em Viena nesta semana para definir a política para 2019.

Nesta segunda-feira, o petróleo deu o maior salto desde junho depois que Putin disse concordar com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed Bin Salman, em que os dois gigantes do setor de energia devem manter a cooperação para gerenciar o mercado de petróleo, embora tenha advertido que não foi tomada nenhuma decisão final em relação aos volumes.

"Independentemente do número final que decidirmos, concordamos em monitorar a situação do mercado e responder prontamente a ele", disse Putin, durante participação na cúpula do G-20, em Buenos Aires, neste fim de semana.

Nas negociações de Moscou, as autoridades divergiram em relação à parcela de redução da produção de cada lado, disseram as pessoas. A Arábia Saudita argumentou que as propostas russas, que implicavam que Moscou reduziria no máximo 150.000 barris por dia, obrigariam os sauditas a assumir grande parte do fardo e insistiu que a parceria seja mais igualitária.

Se as negociações entre os ministros da energia não conseguirem superar esse impasse, talvez o acordo final precise ser negociado diretamente pelo presidente russo e pelo príncipe herdeiro saudita. Em todo caso, o acordo final exigirá a aprovação de Putin, disse uma das pessoas.

No domingo, o presidente da Opep, o ministro de Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail Al Mazrouei, disse estar otimista de que a Opep e seus aliados chegarão a um acordo sobre a redução da produção para 2019 quando se reunirem. As equipes técnicas estão trabalhando no nível dos cortes necessários e na linha de base de referência para a redução, disse.

Mas os preparativos para a reunião de quinta-feira foram atrapalhados pela decisão surpresa do Catar de abandonar o cartel do petróleo. Embora o Catar seja um dos menores integrantes, sua saída obrigará o grupo a recalibrar as metas de produção dos 14 membros restantes.

--Com a colaboração de Grant Smith e Dina Khrennikova.

Repórteres da matéria original: Javier Blas em Londres, jblas3@bloomberg.net;Elena Mazneva em Londres, emazneva@bloomberg.net