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BMW está perto de somar rivais a consórcio de carros autônomos

Gabrielle Coppola

04/12/2018 12h28

(Bloomberg) -- A BMW, que há muito defende a colaboração entre fabricantes rivais na corrida rumo aos carros autônomos, negocia a entrada de pelo menos dois pares ao seu grupo de direção autônoma e espera anunciar novos membros nos próximos três a quatro meses.

Empresas que inicialmente tentaram avançar sozinhas estão percebendo os imensos custos de pesquisa e os difíceis desafios tecnológicos e estão decidindo formar parcerias, disse Klaus Froehlich, chefe de desenvolvimento da BMW, em entrevista, no Salão do Automóvel de Los Angeles, na semana passada. A BMW atualmente conversa com duas ou três grandes fabricantes de veículos sobre a adesão ao consórcio, acrescentou.

"Temos muito tráfego no momento", disse Froehlich, em referência ao número de fabricantes que demonstraram interesse. "Entre 2015 e 2016 todos pensavam que conseguiriam, que seriam superiores."

A BMW criou sua coalizão autônoma em 2016 com a Mobileye, a empresa de visão computacional posteriormente adquirida pela Intel por cerca de US$ 15 bilhões. A Fiat Chrysler Automobiles aderiu em agosto de 2017. A BMW também adicionou uma série de fornecedores, incluindo a Aptiv, a Continental e a Magna International. O grupo pretende desenvolver sistemas de direção totalmente autônomos até 2021.

Custo de US$ 1 bi

A primeira geração da tecnologia para sistemas mais sofisticados de direção parcialmente autônoma custa cerca de US$ 1 bilhão e atuará como blocos de construção para as futuras versões que serão comercializadas, disse Froehlich. As empresas automotivas que investiram isso e agora querem se associar percebem que precisarão descartar versões anteriores de sua tecnologia e substituí-las pelo software desenvolvido em conjunto, disse.

"Elas têm que investir o primeiro bilhão já sabendo que essa tecnologia não sobreviverá", disse. "Há muitos custos irrecuperáveis."

Froehlich disse que a China se tornará líder mundial em direção autônoma porque a abordagem americana, que consiste em permitir que empresas de veículos autônomos individuais realizem testes em várias cidades, é "um pouco anárquica". Os órgãos reguladores europeus são lentos demais para atualizar as leis para se adaptar até mesmo aos estágios iniciais da tecnologia de direção autônoma, disse.

A China tem "boas empresas, empresas de software e de hardware; eles estão se expandindo para chipsets muito poderosos e há uma vontade política muito clara", disse Froehlich. "Na eletrificação, eles também chegaram tarde; agora são o principal mercado. O mesmo ocorrerá com a mobilidade sob demanda."