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MercadoLibre expande logística após ano de greve e custos altos

Carolina Millan

04/12/2018 13h14

(Bloomberg) -- O MercadoLibre, maior varejista de comércio eletrônico da América do Sul, está incrementando seu sistema de logística no Brasil porque busca reduzir custos, aumentar a confiabilidade e afastar a concorrência da Amazon.

O investimento permitirá quadruplicar a capacidade em seu maior mercado no primeiro trimestre, disse Leandro Bassoi, diretor da unidade de logística MercadoEnvios. O MercadoLivre pretende reduzir sua dependência do serviço postal dos Correios, que elevou suas tarifas de frete no ano passado, e aumentar sua autonomia depois que uma greve de caminhoneiros paralisou o País durante dez dias.

"O próximo salto que precisamos dar para que as pessoas deixem de ir às lojas e passem a comprar pela internet será melhorar a logística", disse Bassoi. "Isso, somado à crescente concorrência e à questão com os Correios, está estimulando nossa iniciativa de aumentar a rede."

A empresa está "avançando" no aumento do uso de sua rede de logística, disse o diretor financeiro Pedro Arnt aos investidores depois que os resultados do terceiro trimestre foram divulgados em 1º de novembro. Isso está ajudando a companhia a encurtar os prazos de entrega, o que dará um impulso aos resultados no quarto trimestre e em 2019, disse ele. Os recibos depositários americanos na empresa argentina subiram 8 por cento desde então.

O Brasil receberá a maior quantidade de investimento em logística, seguido a igual distância pelo México e pela Argentina, disse Bassoi. A empresa está construindo quatro centros de cross-docking, que são usados para processar e despachar pacotes menores, e um novo centro de distribuição até o primeiro trimestre no Brasil. Também está triplicando o espaço disponível no atual centro de distribuição em Louveira.

O MercadoLibre também está procurando oportunidades de adicionar tecnologias de automação a seus centros de atendimento nesses três países. As expansões serão financiadas pelos US$ 800 milhões que a empresa arrecadou em agosto por meio de uma venda de títulos conversíveis.

O MercadoLibre anunciou no início deste ano uma parceria para construir um centro de distribuição na região da grande Buenos Aires, para começar a operar no primeiro trimestre de 2019, e ainda está decidindo quem vai operar essa instalação, disse Bassoi. A empresa também anunciou um compromisso de US$ 100 milhões para construir dois centros de distribuição na região da Cidade do México.

"Nosso maior desafio é aumentar a escala rapidamente à medida que continuamos a crescer", disse Bassoi. "Estamos acelerando em uma curva, e o desafio é fazer isso sem derrapar."

--Com a colaboração de Vinícius Andrade.