Com prazos perto do fim, política de Trump tem momento crítico
(Bloomberg) -- O presidente dos EUA, Donald Trump, fechou 2018 com dramaticidade ao ordenar a saída das tropas americanas da Síria e antecipar em dois meses a renúncia de seu secretário de Defesa. Aparentemente, o primeiro trimestre de 2019 também será tumultuado.
Da China ao Irã, Trump estabeleceu uma série de prazos para ações que ajudarão a revelar se o presidente é realmente o negociador global que diz ser ou um líder que está diminuindo o papel dos EUA no cenário mundial com a política externa "América Primeiro".
Trump seria capaz de postergar prazos até o fim do ano -- ele tem a fama de dizer que uma decisão será tomada em "duas semanas" e depois não cumprir a promessa. Mas pelo menos por enquanto, listamos alguns dos prazos mais importantes para a política externa estabelecidos pelo presidente dos EUA e por sua equipe para os primeiros meses do ano.
China
O maior teste à abordagem de Trump para as relações internacionais será a China e uma disputa comercial que atingirá um ponto de crise em março. O presidente ameaçou elevar a partir de março, de 10 por cento para 25 por cento, as tarifas aplicadas a US$ 200 bilhões em produtos chineses, a menos que Pequim feche um acordo comercial em condições favoráveis para os EUA.
Coreia do Norte
No começo do ano passado, o programa nuclear da Coreia do Norte era o problema de política externa mais intratável de Trump. E então, em uma cúpula histórica em junho, Trump e Kim Jong Un apertaram as mãos e chegaram a um vago acordo para forjar laços melhores e "trabalhar para a completa desnuclearização da península coreana". Embora pouca coisa tenha acontecido desde então, Trump disse que gostaria de realizar uma segunda cúpula com Kim no começo de 2019.
Síria, Afeganistão
Trump sinalizou que os soldados americanos serão enviados para casa "lentamente" porque ainda lutam contra "reminiscências" do Estado Islâmico. Isso deixa o ritmo de retirada e os termos do compromisso futuro para serem decididos nas próximas semanas.
O presidente é pressionado também a esclarecer dentro de pouco tempo suas intenções para as tropas americanas no Afeganistão. Apesar das informações de que ele ordenou o retorno de metade dos 14.000 soldados que estão no país, um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional disse na semana passada que "o presidente não determinou a retirada da presença militar dos EUA no Afeganistão".
Irã
Trump se retirou do acordo nuclear do Irã de 2015 em maio e desencadeou sanções contra países que continuam importando petróleo iraniano em outubro. Oito governos foram dispensados dessas restrições -- isenções que expiram em abril. O fim do prazo obriga os EUA a tomarem algumas decisões difíceis.
Alguns países que receberam isenções -- como Coreia do Sul, Itália e Taiwan -- conseguem deixar de usar o petróleo iraniano, mas Trump terá que determinar até que ponto está disposto a confrontar e punir a Índia, um aliado estratégico, e a China. Com o barril de petróleo abaixo de US$ 50, os EUA podem sentir que ainda têm mais margem de manobra para pressionar esses países, independentemente das consequências diplomáticas.
--Com a colaboração de Jenny Leonard e Shannon Pettypiece.
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