China pousa sonda pela primeira vez no lado oculto da Lua
(Bloomberg) -- A China pousou uma sonda lunar no lado oculto da Lua. Esse é o primeiro veículo espacial a chegar à parte da superfície que nunca está virada para a Terra, dando impulso ao ambicioso programa espacial do país.
A sonda lunar Chang'e-4, batizada em homenagem à mítica Deusa da Lua, pousou às 10h26 de quinta-feira pelo horário de Pequim e transmitiu uma foto, noticiou o jornal People's Daily.
A proeza coroa uma série de missões lunares lançadas pela China nos últimos anos como parte do plano de se tornar uma das três principais potências aeroespaciais do mundo até 2030. O orçamento espacial do país é de US$ 8 bilhões por ano, inferior apenas ao dos EUA. O pouso na Lua se dá em um momento de alta tensão entre as duas potências com o aprofundamento da rivalidade econômica, tecnológica e militar em meio à busca da China por domínio.
A indústria aeroespacial está entre os setores identificados como fundamentais pelo presidente Xi Jinping para modernizar a economia chinesa. Isso significa desenvolver tecnologia própria para aviões, foguetes, satélites e outros veículos espaciais. Em 2017, uma empresa estatal fez um voo de teste bem-sucedido do primeiro avião de passageiros de corredor único construído no país. O país também lançou uma alternativa ao GPS, uma propriedade americana, e startups locais correm para lançar foguetes e microssatélites.
Jim Bridenstine, administrador da Nasa, parabenizou a China pela conquista em postagem no Twitter. O bilionário Elon Musk fez o mesmo.
O pouso na região inexplorada possibilitará que o rover da Chang'e-4 estude melhor a Lua devido à ausência de interferência eletromagnética da Terra. O rover está equipado com um rádio espectrômetro de baixa frequência para ajudar os cientistas a entender "como as primeiras estrelas se inflamaram e como nosso cosmos surgiu da escuridão após o Big Bang", segundo a Xinhua, a agência oficial de notícias da China. Os cientistas testarão se plantas podem crescer na Lua, segundo a agência.
A Chang'e-3, lançada em 2013, e seu rover Yutu -- ou Coelho Lunar -- investigaram a geologia e os recursos naturais da Lua após um pouso suave.
Em maio, a China lançou um satélite de retransmissão chamado Queqiao, que agora está em órbita a cerca de 450.000 quilômetros da Terra, onde é possível manter um equilíbrio gravitacional para que o equipamento se mantenha no caminho e retransmita mensagens do rover para a Terra.
A China também planeja lançar sua primeira sonda com destino a Marte até o fim desta década, segundo um documento oficial sobre as atividades espaciais do país divulgado em 2016. O país também pretende construir sua própria estação espacial em 2022, informou a Xinhua.
A Nasa tem o duplo objetivo de construir uma plataforma orbital lunar e levar novamente astronautas à Lua em meados da década de 2020 com o objetivo final de enviar humanos a Marte. O veículo espacial Mars InSight pousou no planeta em 26 de novembro para estudar seu interior e ajudar a responder a perguntas relacionadas aos primórdios do sistema solar.
To contact Bloomberg News staff for this story: Dong Lyu em Pequim, dlyu3@bloomberg.net
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