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Plano de resgate de última hora da Sears enfrenta dia decisivo

Katherine Doherty, Josh Saul e Steven Church

04/01/2019 16h01

(Bloomberg) -- Eddie Lampert já preencheu os espaços em branco de sua própria oferta de resgate de US$ 4,4 bilhões da Sears, mas alguns números essenciais ainda estavam faltando menos de um dia antes do prazo final: quanto os liquidantes ofereceram?

Foram apresentadas duas propostas de empresas de desmembramento e, se uma delas ultrapassar a de Lampert, a Sears Holdings pode acabar tendo mais valor morta do que viva para seus credores. Esses números ainda não tinham sido anunciados publicamente na noite da quinta-feira.

A ESL Investments, de Lampert, está oferecendo manter a cadeia falida em funcionamento e até 50.000 empregos. Mas é possível que o plano dele não seja considerado sólido o suficiente para se qualificar, o que praticamente garante que a empresa será fechada e vendida em partes. O prazo para a Sears informar os licitantes se eles ainda estão concorrendo vence às 16h, horário de Nova York.

"O plano preserva milhares de empregos; tenho certeza de que essa disposição foi colocada para amenizar a oferta e torná-la atraente", disse Murillo Campello, professor de finanças da Faculdade de Administração Johnson, da Universidade Cornell. Mas isso só está atrasando a morte inevitável da Sears, disse Campello. "Se a empresa for liquidada, é provável que os credores não cobertos por seguro recebam mais do que com o plano de Eddie Lampert."

Leilão

Se mais de um licitante for aprovado, um leilão está marcado para 14 de janeiro. Depois disso, a Sears declarará um vencedor e depois pedirá ao juiz de falências que ratifique a decisão. Nenhuma venda a Lampert ou liquidação pode ocorrer sem a aprovação do juiz.

Lampert tem tentado moldar o debate enfatizando o potencial de uma grande perda de empregos. As consequências não são ignoradas por alguns credores, que receiam ser culpados pelo colapso de um empregador grande e icônico, como aconteceu com seus colegas no desmantelamento da Toys "R" Us no ano passado.

Uma das ofertas de liquidação veio da Tiger Capital Group e da Great American Group. Outra foi feita pela Gordon Brothers Retail Partners e por uma unidade da Hilco Global, de acordo com o Wall Street Journal. Um representante da Great American confirmou a proposta conjunta e preferiu não dar mais detalhes. A Sears e a Gordon Brothers preferiram não comentar. A Tiger Capital e a Hilco não responderam a mensagens.

Proposta complexa

Do outro lado, está a proposta de resgate de última hora de Lampert, uma mistura complexa que inclui empréstimos financiados por três grandes bancos e uma promessa de Lampert de perdoar US$ 1,3 bilhão em dívidas que ele detém em troca da propriedade da empresa. Os termos completos foram descritos em fatos relevantes apresentados na quarta-feira pela ESL, de Lampert, a maior credora e acionista.

A ESL explicou nos fatos relevantes que os compromissos da dívida incluem certas condições "incomuns" que não são típicas de aquisições, entre elas um empréstimo imobiliário de US$ 175 milhões com garantia que deve ser quitado no fechamento. Embora a ESL tenha se comprometido a financiar metade da quantia, ainda é preciso que os credores concordem em financiar a outra metade.

"Pretendemos trabalhar rapidamente com os credores para satisfazer essas condições o mais rápido possível", afirmou a ESL nos fatos. "Atualmente, esperamos que outros credores forneçam o equilíbrio do compromisso no curto prazo."

--Com a colaboração de Shannon D. Harrington.

Repórteres da matéria original: Katherine Doherty em N York, kdoherty23@bloomberg.net;Josh Saul em N York, jsaul15@bloomberg.net;Steven Church em NY, schurch3@bloomberg.net