Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

2018 é pior ano em mais de uma década para varejistas britânicos

Lisa Pham e William Mathis

07/01/2019 11h09

(Bloomberg) -- Investidores em busca de alívio para o tumulto dos mercados globais podem preferir desviar os olhos de um relatório que mostra que, de acordo com um indicador, as vendas do varejo no Reino Unido tiveram o pior ano em mais de uma década.

As vendas nas lojas físicas de varejo do Reino Unido caíram 1,9 por cento em dezembro, segundo dados comparáveis, de acordo com um relatório publicado no sábado por consultores de negócios da BDO. Isso completou o pior ano de encolhimento das vendas mensais desde pelo menos 2006, quando a empresa começou a monitorar dados provenientes de cerca de 85 varejistas britânicos com cerca de 10.000 lojas.

À medida que mais compradores optam pela internet - e se afastam de lojas físicas frequentemente presas a aluguéis caros -, não há como fugir do declínio do setor tradicional britânico. Mesmo com fortes sinais dos varejistas norte-americanos e de algumas marcas do Reino Unido na temporada de fim de ano, o relatório oferece pouca alegria para empresas britânicas como Marks & Spencer Group, Debenhams e Mothercare, que devem divulgar números de vendas nesta semana.

"A onda de compras que os varejistas esperavam em dezembro não aconteceu", disse Sophie Michael, chefe nacional de varejo e atacado da BDO. "Os compradores têm exercido extrema cautela ou comprado estrategicamente pela internet, buscando descontos em vez de ir às lojas físicas."

Embora o relatório de vendas publicado pela Next na quinta-feira tenha apresentado alguns sinais positivos, grande parte de sua força veio das vendas on-line; a receita das lojas diminuiu 9,2 por cento no período de nove semanas terminado em 29 de dezembro. A Next faz cerca de metade de seus negócios pela internet, mais que o dobro da proporção de concorrentes como Debenhams e Marks & Spencer.

As vendas comparáveis fora das lojas subiram 12 por cento no mês passado, de acordo com a BDO, após uma transição contínua para as compras pela internet. Se os consumidores não saíram da casa para fazer boa parte de suas compras de Natal, os varejistas com uma presença fraca na internet estarão em problemas.

As lojas on-line não são imunes aos desafios que pesam sobre o setor: a varejista de moda Asos informou no mês passado que as compras de Natal tiveram um começo desastroso. A incerteza sobre as negociações do Brexit também prejudicou a confiança do consumidor britânico, que caiu para o nível mais baixo desde 2013.

O FTSE 350 General Retailers Index caiu cerca de 30 por cento até sexta-feira desde que o Reino Unido decidiu sair da União Europeia no referendo de junho de 2016, em comparação com o avanço de 7,9 por cento do índice de referência FTSE 100 durante o mesmo período.

A Dunelm Group mostrou que o pessimismo não é universal, e suas ações chegaram a subir 13 por cento nesta segunda-feira em Londres depois que a loja de móveis domésticos registrou um aumento de 9 por cento nas vendas comparáveis do segundo trimestre. Isso elevou outros varejistas, sendo que a Marks & Spencer subiu 1,3 por cento e a Debenhams ganhou 5,5 por cento.

"Não prevemos muito aumento para as lojas físicas, a menos que algo mude", disse Diane Wehrle, diretora de marketing e insights da empresa de análise de varejo Springboard, em entrevista por telefone. "É o estágio final de uma longa jornada rumo à extinção para alguns varejistas que estão desatualizados."

Repórteres da matéria original: Lisa Pham em Londres, lpham14@bloomberg.net;William Mathis em N York, wmathis2@bloomberg.net