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Goldman corta projeção para petróleo diante de oferta abundante

Dan Murtaugh

07/01/2019 12h55

(Bloomberg) -- O Goldman Sachs Group reduziu as projeções para a cotação do petróleo em 2019, citando a volta do excedente de oferta e a resistência da produção à base de xisto nos EUA.

O barril do tipo Brent, referência global, terá preço médio de US$ 62,50 neste ano, de acordo com relatório divulgado em 6 de janeiro por uma equipe de analistas que inclui Damien Courvalin. A estimativa anterior era US$ 70. Já o barril do tipo West Texas Intermediate, referência nos EUA, terá cotação média de US$ 55,50, comparado a uma previsão anterior de US$ 64,50.

O Société Générale baixou as projeções para 2019 em US$ 9 por barril em relatório divulgado em 7 de janeiro. Agora, a expectativa é de preços médios de US$ 64,25 para o Brent e US$ 57,25 para o WTI neste ano.

Com a disparada na produção pelos integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) no final de 2018, o mercado começou o ano com estoque maior do que um ano antes. Além disso, restrições nos oleodutos na Bacia do Permian, polo dos projetos de xisto nos EUA, se resolverão antes do previsto, de acordo com o Goldman. Grandes projetos que estão sendo desenvolvidos há anos no Brasil e no Canadá também atingirão capacidade madura de produção em 2019.

Esses acréscimos somados significam necessidade menor de barris de alto custo para suprir o crescimento da demanda global neste ano, segundo Courvalin.

"Esperamos que o mercado de petróleo se equilibre com custo marginal menor em 2019, considerando níveis maiores de estoque no começo do ano, o ritmo persistente de crescimento na produção de xisto em 2018 em um ambiente de pouca inflação de custo, expectativas de crescimento da demanda abaixo do esperado (mesmo com nossas previsões acima de consenso) e aumento da capacidade de produção de baixo custo", escreveu Courvalin.

O petróleo percorreu uma montanha-russa em 2018, atingindo em outubro a maior cotação em quatro anos, passando de US$ 86, mas perdeu 42 por cento até o fim do ano. O mercado foi atingido por uma onda de aversão a risco por causa do temor em relação ao crescimento econômico, influenciado pela tensão comercial entre EUA e China, pela alta dos juros e pelo aperto de liquidez, de acordo com a pesquisa da equipe de analistas do SocGen que inclui Mike Wittner.

Tanto o Goldman quanto o SocGen veem exagero no movimento de queda. A cotação atual implica freada do crescimento global para 2,5 por cento em 2019, enquanto os economistas projetam 3,5 por cento, de acordo com Courvalin.

"O mercado de petróleo precificou uma perspectiva excessivamente pessimista para o crescimento", escreveu Courvalin. "Isso prepara o terreno para recuperação dos preços contanto que o crescimento global não se desacelere para menos de 2,5 por cento."