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Aeroportos dos EUA temem ausência de agentes de segurança

Alan Levin

08/01/2019 10h25

(Bloomberg) -- Com um número acima do normal de agentes de segurança telefonando para avisar que estão doentes, os aeroportos dos EUA se preparam para interrupções na semana que vem se a paralisação parcial do governo continuar e os funcionários da Administração de Segurança dos Transportes (TSA, na sigla em inglês) não receberem seu primeiro pagamento.

Os agentes de segurança de aeroportos estão em meio à briga política em Washington entre o presidente Donald Trump e congressistas democratas por causa dos recursos para construir um muro ao longo da fronteira com o México. Treze departamentos e agências federais interromperam grande parte de suas operações desde 22 de dezembro porque o financiamento não foi aprovado.

Os 51.739 agentes da TSA, que verificam bagagens e passageiros nos aeroportos dos EUA, são considerados essenciais para a segurança e receberam ordens de continuar comparecendo para cumprir suas obrigações, embora o financiamento para a agência tenha sido suspenso. Nos últimos dias, um número crescente desses agentes ligou para avisar que está doente, de acordo com a agência.

As ausências por doença contribuíram para aumentar os tempos de espera em aeroportos não especificados, mas grandes interrupções ainda não foram relatadas, disse Christopher Bidwell, vice-presidente sênior de segurança da Airports Council International-North America, em Washington.

"Receamos que uma paralisação prolongada do governo possa afetar a segurança e os tempos de espera nos aeroportos", disse Bidwell.

Os aeroportos estão negociando com gerentes locais da TSA para encontrar maneiras de reforçar o pessoal da TSA, disse ele. Somente agentes da TSA podem verificar pessoas e bagagens, mas outros funcionários podem ajudar nos pontos de verificação repondo caixas e organizando filas.

Por enquanto, a TSA está gerenciando o pequeno aumento no número de funcionários que não apareceu para trabalhar, disse o porta-voz da agência, Michael Bilello. No domingo, mais de 2,2 milhões de pessoas passaram pela verificação em aeroportos dos EUA e mais de 90 por cento esperaram menos de 15 minutos, disse Bilello.

A TSA está tomando várias medidas para garantir que poderá continuar realizando a verificação. A agência ativou o que chama de Força Nacional de Mobilização, que permite que agentes sejam transferidos para diferentes aeroportos para compensar a escassez de pessoal, disse Bilello.

"Se passarmos a sexta-feira sem receber, esse será o primeiro salário perdido. Agora estamos falando de um ambiente completamente diferente", disse ele. Os agentes foram pagos até agora e devem receber um cheque na sexta-feira.

Após paralisações anteriores do governo, o Congresso aprovou uma lei que remunera trabalhadores que foram dispensados ou que trabalharam sem receber salários.

O novo presidente do Comitê de Segurança Nacional da Câmara, o deputado Bennie Thompson, democrata do Mississippi, escreveu para o administrador da TSA, David Pekoske, na segunda-feira, pedindo mais detalhes sobre como os trabalhadores estão respondendo à paralisação.

"Receio que, se os tempos de espera e a pressão da população aumentarem, alguns gerentes da TSA tentem gerenciar os efeitos da paralisação de maneiras prejudiciais à segurança", disse Thompson.

Os agentes de segurança de aeroportos ainda podem receber o pagamento a tempo na sexta-feira se o impasse for resolvido até meados da semana, disse Bilello.