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Governistas retiram MDB do comando do Senado e DEM ganha 2 casas

Maria Luiza Rabello

03/02/2019 08h30

(Bloomberg) -- Davi Alcolumbre (DEM-AP), cuja candidatura foi apoiada pelo ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni (DEM-RS), foi eleito presidente do Senado com 42 votos, um a mais do que o necessário, após uma sessão longa e turbulenta neste sábado. Ao eleger o amapaense, senadores romperam com a sequência de 18 anos de emedebistas escolhidos para o comando da casa.

A vitória se deu após Renan Calheiros (MDB-AL) retirar sua candidatura, alegando estar diante de um processo "antidemocrático", com pressão dos partidos para que colegas declarassem o voto durante votação secreta. Minutos antes, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse ao plenário que apoiava Davi Alcolumbre. Na primeira votação, que foi anulada, o filho mais velho do presidente não revelou o voto. No início da campanha de congressistas, o Palácio do Planalto havia dito que não interferiria nas disputas do Congresso.

"Essa eleição deixou sequelas, em especial na relação com o MDB", disse a Arko Advice em relatório. Com a maior bancada da casa, o partido de Renan pode vir a comandar comissões estratégicas, o que torna "especialmente importante para o governo" intensificar o diálogo com o Senado, avalia Arko.

A decisão de sábado também infla o papel do DEM no governo. O partido, que teve Rodrigo Maia reeleito presidente da Câmara e já conta com três ministérios, passa a contar também com o comando do Senado.

"Espero e confio que possamos entregar esta casa, ao fim deste biênio, com o país retomando os trilhos do desenvolvimento e da prosperidade, enfrentando as reformas complexas que, com urgência, nosso país reclama, com um Legislativo forte e reabilitado com a cidadania", disse Alcolumbre no discurso de vitória.