Investidores estão atentos a estoque de minério após Brumadinho
(Bloomberg) -- O minério de ferro caiu na sessão de abertura desta semana. Os investidores estão considerando o impacto sobre a oferta do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, e os dados do estoque nos portos estão em foco depois que os ativos na China caíram para o menor patamar em seis semanas.
O estoque acumulado nos portos do continente sofreu uma contração de 1,6 por cento, para 137,8 milhões de toneladas na semana passada, de acordo com dados da Shanghai Steelhome E-Commerce. Este foi o maior declínio semanal desde novembro. Em cada um dos últimos cinco anos, o volume nos portos do continente se expandiu no mês de fevereiro.
O mercado global ficou convulsionado desde o desastre de 25 de janeiro em Minas Gerais, que forçou a empresa a anunciar um corte de produção de 40 milhões de toneladas, embora a companhia tenha afirmado que pode compensar parte desse declínio. O potencial impacto na oferta estimulou o maior aumento semanal de preços desde 2016, embora alguns bancos, incluindo o Barclays, tenham advertido que o pico provavelmente não vai durar. Todos os tipos de minério de ferro subiram, e o material de alta qualidade à vista chegou a US$ 100 a tonelada.
No curto prazo, o quadro da oferta é "extremamente otimista", segundo Hui Heng Tan, analista da Marex Spectron Group, que citou um aperto por causa de interrupções, inclusive na Vale. Ainda assim, a demanda poderia diminuir durante o período de férias, porque o reabastecimento desacelera e as condições macroeconômicas enfraquecem, disse ele.
Expansão
Antes do desastre, o estoque de minério de origem brasileira mantido nos portos da China havia se expandido todos os meses desde setembro, em meio a restrições antipoluição mais fracas do que o esperado, que prejudicaram a demanda por minérios de qualidades superiores. Na semana passada, o total caiu 1,7 por cento de um volume quase recorde, para 35,35 milhões de toneladas.
Os ativos do minério de origem australiana também caíram na semana passada, quando recuaram 2,5 por cento, para 73,1 milhões de toneladas, o menor volume desde dezembro de 2017. Em contraste com os ativos do Brasil, os australianos vêm encolhendo nos últimos meses e registraram a sexta queda mensal em janeiro, uma sequência recorde de declínios. Os principais fornecedores do país são BHP Group, Rio Tinto Group e Fortescue Metals Group.
A Vale afirmou que o rompimento da barragem não vai impedir a companhia de cumprir os contratos de fornecimento. Em nota, o Barclays destacou a importância dos estoques do minério brasileiro, citando sua potencial liberação como um fator que poderia levar os preços a perder alguns dos ganhos recentes.
Os produtores e usuários de minério de ferro mantêm estoques ao longo da cadeia de abastecimento, que se estende por milhares de quilômetros, das minas aos fornos. Além dos estoques nos portos da China, há pilhas nos portos do Brasil e da Austrália, os principais exportadores. A Vale também mantém instalações regionais, incluindo uma na Malásia.
Nesta segunda-feira, as ações dos maiores fornecedores de minério de ferro da Austrália caíram após registrar grandes ganhos nos dias seguintes ao desastre.
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