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Mineradoras de ouro recuperam ânimo com grandes transações

Thomas Biesheuvel

04/02/2019 15h13

(Bloomberg) -- Após anos à margem, as produtoras de ouro se tornaram de repente o assunto mais popular do mundo da mineração nesta semana em que o setor se reúne na Cidade do Cabo.

Durante mais de cinco anos, as mineradoras de ouro ficaram estagnadas, evitadas pelos investidores após uma sequência de passos em falso e afetadas pela estagnação do preço do lingote. No entanto, em setembro, uma enorme e inesperada transação sacudiu o setor.

A aquisição da Rangold Resources pela Barrick Gold por US$ 5,4 bilhões desencadeou uma reação em cadeia que levou à compra da canadense Goldcorp pela Newmont Mining por US$ 10 bilhões no mês passado. A enxurrada de atividade - que coincidiu com uma disparada nos preços do lingote no fim de 2018 - reacendeu o interesse pelo ouro e a especulação sobre qual poderia ser a próxima transação tomou conta do setor.

"Este é um momento empolgante para as produtoras de ouro", disse Martin Horgan, CEO da Toro Gold, que chegou à Cidade do Cabo neste fim de semana.

Horgan disse que, embora fundos especializados continuem apoiando as empresas rentáveis, projeta que o novo aumento de preço do ouro atrairá generalistas de volta para o setor.

Enquanto milhares de executivos, investidores e executivos bancários se dirigem à Cidade do Cabo para a conferência anual Mining Indaba, um dos assuntos de destaque da semana provavelmente será o futuro do setor de mineração de ouro da África do Sul.

A produção de ouro do país caiu pelo 14° mês consecutivo em novembro, porque o setor enfrenta pressões de custos, desafios geológicos e disputas trabalhistas. A maior produtora com sede em Johannesburgo, a AngloGold Ashanti, estuda abrir o capital em Londres e abandonar seus últimos projetos de ouro na África do Sul, disseram pessoas a par do assunto em dezembro.

Além disso, analistas identificaram várias empresas, como Kinross Gold, Iamgold e a australiana Newcrest Mining, como nomes que devem ser observados em meio às expectativas de que a onda de transações não tenha acabado.

As ações de mineradoras de ouro também receberam impulso de uma recuperação do lingote. A impressionante alta do metal em dezembro continua em 2019, enquanto aumentam os receios com a desaceleração do crescimento global e as participações em fundos negociados em bolsa continuam se expandindo.

Para o setor de mineração em geral, o entusiasmo com o ouro foi uma injeção de ânimo em um momento em que as produtoras diversificadas de grande porte se afastam das transações ostentosas e optam por vendas de ativos, reduções de custos e retornos para os acionistas.

O fenômeno também é uma bênção para a Mining Indaba. Nos últimos anos, as maiores produtoras globais reduziram sua presença pública na conferência, sem sinal de executivos da Glencore ou da BHP Group e com uma participação menor da Rio Tinto Group.

O setor de ouro, no entanto, está levando muitos representantes. O novo chefe da Barrick na África do Sul, Mark Bristow, e o chefe da AngloGold, Kelvin Dushnisky, estão no programa da conferência, e a Newmont vai mandar seu diretor de relações externas.

"Estamos vendo mais interesse nas produtoras de ouro e mais ligações após um 2018 com um desempenho ruim", afirmou o Credit Suisse Group. "As fusões reanimaram o interesse de curto prazo no setor, junto com a alta do ouro."