Siderúrgicas são pressionadas a reduzirem emissão de gases
(Bloomberg) -- Algumas das maiores empresas siderúrgicas do mundo estão sob o escrutínio de um grupo de investidores de US$ 30 trilhões que já pressionou as petroleiras devido à emissão de gases causadores do efeito estufa.
Um grupo de 250 gestoras de ativos envolvidas com empresas por meio da iniciativa Ação Climática 100+ publicou um relatório com suas expectativas para as grandes siderúrgicas, afirmando desejar que o setor reduza as emissões em consonância com o acordo climático de Paris. Se nenhuma ação for tomada, afirma o grupo, o setor estará arriscando os investimentos deles como acionistas.
O relatório é um tiro de advertência para empresas como ArcelorMittal e Tata Steel e a mais recente escalada nas discussões entre corporações e seus investidores em torno das mudanças climáticas. A Ação Climática 100+ existe há pouco mais de um ano, mas expandiu sua influência rapidamente e conseguiu compromissos das maiores petroleiras do mundo, e inclusive convenceu a Royal Dutch Shell a fixar metas de redução de emissões a curto prazo.
"Definitivamente estamos vendo um avanço na natureza do diálogo construtivo e do envolvimento com as empresas", disse Stephanie Maier, diretora de investimento responsável do HSBC Holdings, listada como colaboradora do relatório. "Espero que vejamos muito mais ações positivas."
Áreas importantes
O relatório mira três áreas: planejamento de transição, governança e divulgação. Ele pede que as empresas estabeleçam planos específicos para reduzir as emissões e para responsabilizar as diretorias pelo sucesso na implementação. Além disso, exorta as empresas a divulgar mais informações a respeito da produção de carbono.
A produção de aço responde por cerca de 7 por cento das emissões globais, segundo o relatório. O setor terá que reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa em 55 por cento até 2050 para alcançar as metas do acordo de Paris e, se não agirem agora, as empresas serão apanhadas no contrapé se novas regulações entrarem em vigor.
As siderúrgicas já trabalham com margens estreitas, "de forma que riscos climáticos adicionais podem ser sentidos mais profundamente", afirma o relatório. "Sem contar os possíveis aumentos nas tarifas de comércio que podem deformar ou limitar o comércio de ferro e aço."
Entre os maiores investidores da Ação Climática 100+ estão grandes bancos, o Sistema de Aposentadoria dos Funcionários Públicos da Califórnia, conhecido como Calpers, e a Allianz. No geral, o grupo administra mais de US$ 30 trilhões. A Institutional Investors Group on Climate Change, parceira europeia e coordenadora da unidade Ação Climática 100+, foi a autora principal do relatório.
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