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Temida ou adorada, Alexa é estrela de propagandas no Super Bowl

Nick Turner, Gerry Smith e Rebecca Greenfield

04/02/2019 12h54

(Bloomberg) -- Uma criança androide luta para controlar suas emoções. Robôs ameaçam roubar empregos dos seres humanos. E um dispositivo ativado por voz analisa sua própria existência.

Esses temas obscuros foram explorados pelos comerciais exibidos durante o Super Bowl deste ano, e marcas como TurboTax, Olay e Sprint capitalizaram os temores de que a tecnologia esteja invadindo nossas vidas. O assunto implícito de muitos dos anúncios: Alexa, da Amazon, a assistente digital que está cada vez mais onipresente e é vendida por uma das empresas mais poderosas do planeta.

A Amazon exibiu seu próprio comercial, em que zombou da Alexa. O anúncio apresentou ideias rejeitadas para a tecnologia - como um forno de micro-ondas, uma coleira de cachorro e uma banheira de hidromassagem - e chegou a retratar um enorme apagão provocado por Alexa.

O CEO da Amazon, Jeff Bezos, também fez uma aparição em pessoa no Super Bowl, onde foi visto com o comissário da National Football League, Roger Goodell.

Entre os patrocinadores, houve empresas que pretendem revolucionar a indústria de TV. YouTube TV, da Alphabet, colocou sua marca no show de abertura do jogo, e Hulu e Netflix transmitiram comerciais.

A marca de cuidados com a pele Olay apresentou outro cenário de terror provocado pela tecnologia. Quando um intruso invade sua casa, Sarah Michelle Gellar não consegue desbloquear a tecnologia de reconhecimento facial de seu telefone porque a Olay havia transformado sua pele. A propaganda do Google, por sua vez, promoveu seu serviço de tradução de idiomas.

A tecnologia não foi o único assunto da noite. Marcas como Bud Light e Kraft usaram uma mistura de humor e caras famosas para transmitir sua mensagem. Os comerciais do primeiro intervalo do jogo apresentaram Chance the Rapper e os Backstreet Boys anunciando Doritos e Christina Applegate com uma nova barra de chocolate M&M's.

O Super Bowl continua sendo a maior vitrine para os anúncios, embora o público do jogo tenha atingido o pico em 2015. A disputa do ano passado atraiu 103,4 milhões de espectadores, a menor quantidade em nove anos.

Como menos pessoas estão assistindo à TV tradicional, a emissora CBS transmitiu o jogo em mais plataformas do que nunca. O jogo estava no site e no aplicativo para dispositivos móveis da CBS Sports, e também no serviço de assinatura CBS All Access.

A CBS, que transmitiu o jogo de Atlanta, vendeu comerciais de 30 segundos por US$ 5,1 milhões a US$ 5,3 milhões, disseram pessoas a par do assunto no mês passado. O preço foi aproximadamente o mesmo no ano passado, quando a NBC, da Comcast, vendeu os anúncios por US$ 5,24 milhões, segundo a empresa de pesquisa Kantar Media.

A T-Mobile também abordou a influência da tecnologia na sociedade, mas se concentrou em um aspecto mais leve. A operadora exibiu anúncios curtos que mostram problemas modernos enfrentados com as mensagens de texto. Como parte do anúncio, a empresa ofereceu tacos gratuitos e corridas de Lyft para os clientes da T-Mobile na terça-feira.

A Microsoft também tentou enfatizar os pontos positivos da tecnologia. A companhia exibiu um anúncio em que crianças com deficiência jogam videogames com o controle adaptativo do Xbox.

Repórteres da matéria original: Nick Turner em Los Angeles, nturner7@bloomberg.net;Gerry Smith em N York, gsmith233@bloomberg.net;Rebecca Greenfield em Nova York, rgreenfield@bloomberg.net