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Trigono Capital aposta em small caps para surfar rali da bolsa

Vinícius Andrade e Felipe Marques

04/02/2019 11h04

(Bloomberg) -- A Trigono Capital está apostando em small caps para surfar o rali no mercado de ações do Brasil.

A gestora de recursos, que só investe em empresas com valor de mercado não superior a R$ 5 bilhões, viu seu fundo Trigono Absoluto Small Caps Master FIA subir 26% nos seus primeiros nove meses de existência, mais que o dobro do ganho do Ibovespa.

A base do sucesso inicial da gestora é uma estratégia para descobrir empresas menores e menos conhecidas que acabam sendo líderes em negócios com menor competição. As ações brasileiras subiram pelo menos 15% ao ano desde 2015, tornando mais difícil encontrar pechinchas entre as empresas maiores e mais líquidas, de acordo com Werner Roger, um dos sócios-fundadores da Trigono Capital.

"As small caps brasileiras estão excessivamente descontadas e ainda oferecem um potencial maior de valorização", disse Roger, que antes era sócio da butique de investimentos Victoire Brasil Investimentos.

Entre as principais escolhas da Trigono estão a Ferbasa e a São Martinho - ambas avançaram pelo menos 20% desde abril. Apesar do rali, as ações foram negociadas a menos de 13 vezes o lucro. Isso comparado a um múltiplo de 22 vezes para o Ibovespa.

A bolsa brasileira mostrou resiliência a um sell-off global no ano passado, em meio ao otimismo de que a agenda pró-mercado do recém-eleito presidente Jair Bolsonaro abriria caminho para uma recuperação sustentável na maior economia da América Latina. Durante o rali, as small caps ficaram para trás em relação às suas contrapartes maiores. O índice de small caps subiu 8% em 2018, cerca da metade do retorno do Ibovespa.

Por ora, os investidores estão ignorando algumas das small caps, já que o dinheiro está buscando ações mais líquidas. Para Roger, isso cria oportunidades para encontrar preciosidades negligenciadas.

Nem todas as apostas da Trigono deram certo: a Marcopolo caiu quase 2% no ano passado. Negociada a 25 vezes o lucro, a ação não é barata. Mas Roger gosta da empresa porque ela é uma líder de mercado em uma indústria que deve se beneficiar da melhora da atividade econômica.

A Trigono, que tem R$ 55 milhões sob gestão, espera que sua outperformance ajude a aumentar seus ativos para R$ 2,5 bilhões , disse o diretor executivo Frederico Mesnik, ex-funcionário da McKinsey & Co e da unidade do banco de investimentos do BTG Pactual, sem especificar um prazo. Para ajudar a alcançar esse objetivo, a Trigono trouxe no último mês de junho Eduardo Oliveira, ex-head de gestão de fortunas no Brasil pelo UBS para lidar com relacionamento com clientes.