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Desistência da Amazon é um golpe para impulso tecnológico de NY

Krista Gmelich

18/02/2019 11h36

(Bloomberg) -- Nova York trabalhou duro por muitos anos para se transformar em um centro de tecnologia de ponta e finalmente parecia ser exatamente isso depois que um relatório classificou a cidade como o melhor lugar do mundo para a tecnologia. O plano da Amazon de instalar um novo e enorme campus corporativo no Queens teria consolidado o status de Nova York como alternativa na Costa Leste ao Vale do Silício.

Mas de repente a Amazon cancelou o plano, cedendo à feroz oposição de políticos locais e organizadores comunitários, e tirou da mesa a promessa de oferecer 25.000 empregos com altos salários no setor de tecnologia. A medida pode representar um duro golpe para o crescente setor de tecnologia da cidade, afirmam especialistas.

"Existe um risco real de que a decisão da Amazon torne mais difícil, entre as grandes empresas interessadas em fazer apostas realmente grandes em Nova York, levar isso adiante", disse Julie Samuels, diretora-executiva da Tech:NYC, que representa mais de 650 empresas de tecnologia na área.

Em seu discurso de venda para que a Amazon fosse para Nova York, o prefeito Bill de Blasio citou a diversidade de talentos e as conexões da cidade com outros setores consolidados além da tecnologia, como finanças, moda, mídia, arte e imóveis. Esses atributos vêm atraindo titãs colegas da Amazon há anos e ajudaram a criar um setor que atualmente contabiliza mais de 326.000 empregos, segundo a Tech:NYC.

"Atraindo e desenvolvendo uma base forte de engenharia e empreendedorismo, essas pessoas teriam trabalhado na Amazon e depois teriam saído da Amazon e criado novas empresas", disse Samuels. "As pessoas passam de um emprego a outro, então eu acho realmente uma pena para as empresas de tecnologia que já estão aqui."

O Google, que abriu seu primeiro escritório fora da Califórnia em Nova York, em 2000, no ano passado prometeu investir mais de US$ 1 bilhão em um novo campus em Manhattan. A expansão permitirá que a unidade da Alphabet dobre sua força de trabalho na cidade, para 14.000, ao longo da próxima década.

O Twitter, o Facebook e a Uber Technologies também mantêm grandes escritórios em Nova York e a Apple também planeja se expandir na cidade. A Amazon, que já mantém 5.000 funcionários na cidade, informou na quinta-feira que continuará ampliando sua presença na cidade ao longo do tempo.

"Assim como o Google respaldou, no Vale do Silício e em Manhattan, uma profusão de empresas de tecnologia, pensamos que o mesmo aconteceria com o campus da Amazon no Queens", disse Kathryn Wylde, CEO da organização sem fins lucrativos Partnership for New York City, que realiza pesquisas, formula políticas e estimula o desenvolvimento econômico em nome dos maiores empregadores do setor privado da cidade. Uma sede da Amazon, provavelmente cheia de executivos seniores, também teria "reforçado Nova York como um centro de tomada de decisões".