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Incursão da Amazon em ração animal não intimida rival alemã

Richard Weiss

25/02/2019 15h02

(Bloomberg) -- A Zooplus, maior loja on-line da Europa de produtos relacionados a animais de estimação, ganhou uma nova e assustadora concorrente no ano passado.

A Amazon começou a vender ração para animais de estimação na Europa com marcas próprias no quarto trimestre. Apesar de a notícia ter prejudicado as ações da Zooplus, o diretor financeiro da empresa alemã continua otimista em relação às perspectivas.

"Não vemos sinais de que a Amazon esteja tirando clientes nossos", disse Andreas Grandinger em entrevista. A taxa de retenção de vendas da empresa bateu um recorde de 95 por cento no ano passado, ajudando a receita a subir 21 por cento quando seus clientes (em sua maioria mulheres) compraram cerca de 8.000 produtos, desde sacos de areia para gatos até sementes para aves.

Para conquistar a fidelidade dos consumidores, a empresa de 20 anos criou uma comunidade on-line que oferece descontos em produtos e conselhos sobre tudo, por exemplo, como ajustar a sela de um cavalo ou possíveis nomes para um poodle de estimação. Ao mesmo tempo, a empresa montou cerca de uma dúzia de armazéns -- conhecidos no setor como centros de atendimento -- em toda a Europa para melhorar os tempos de entrega.

A decisão da Amazon de vender ração para animais de estimação por meio das marcas próprias Lifelong e Solimo na Europa ameaça arrebatar negócios da Zooplus e de gigantes do comércio físico, como a britânica Pets at Home Group. A Amazon, que é a maior empresa de comércio eletrônico do mundo, não publicou números de vendas do negócio.

"Estamos trabalhando constantemente para ampliar nossa oferta, e os produtos de marcas próprias nos ajudam a vender um número cada vez maior de produtos valiosos para nossos clientes a preços atraentes", afirmou a Amazon em comunicado.

Em resposta, a Zooplus planeja aumentar a participação nas vendas de ração de marca própria de 14 para 20 por cento. A empresa está tentando oferecer também um serviço mais personalizado, coletando e usando dados para ter uma ideia melhor das preferências dos clientes. Isso tem ajudado a manter a taxa de devolução em menos de 1 por cento.

"Somos extremamente orientados por dados", disse Grandinger ao discutir transações comerciais enquanto as listas de mais vendidos, apresentando lanches para cães e areia para gatos, eram exibidas em monitores nos corredores da sede da empresa, em Munique.

A Zooplus planeja reinvestir a maior parte de seus lucros em vez de pagar dividendos, pelo menos por enquanto. A longo prazo, a empresa planeja buscar uma margem antes de impostos de 4 por cento a 5 por cento, disse Grandinger.

A Zooplus perdeu cerca de um terço do valor de mercado nos últimos 12 meses e suas ações atingiram o menor patamar em quatro anos em 1º de fevereiro. Os papéis atingiram o pico em 2017, quando a PetSmart, com sede no Arizona, comprou a rival on-line Chewy por US$ 3,35 bilhões, gerando a especulação de que a Zooplus "seria a próxima", disse Grandinger.

Os investidores terão uma ideia melhor a respeito das perspectivas da Zooplus em 20 de março, quando a empresa tem programado publicar seus resultados anuais.