Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Dívida externa de latinos vai superar títulos chilenos, diz BCI

Maria Jose Campano

05/04/2019 14h25

(Bloomberg) -- Para o Banco de Crédito e Inversiones, do Chile, os títulos de países latino-americanos ? especialmente os denominados em dólares ? estão mais atraentes do que as dívidas negociadas no mercado chileno, diante do maior apetite por risco.

"A dívida latino-americana em dólares provavelmente entregará retorno maior do que a renda fixa local", disse Gregorio Velasco, vice-gerente de renda fixa institucional da BCI Asset Management. As duas modalidades "devem mostrar boa performance", mas a primeira tem potencial maior.

Com os bancos centrais ao redor do mundo adotando posturas mais brandas, o alívio das preocupações com o crescimento global e a expectativa de que as negociações comerciais entre EUA e China estejam nos finalmentes, investidores estão mais dispostos a assumir riscos e mais interessados nos rendimentos que a região proporciona.

Segundo o índice Bloomberg Barclays para títulos latino-americanos, as dívidas denominadas em dólares da região geraram retorno de 6,8 por cento desde o início do ano. Entre os mais de 400 fundos que investem pelo menos 80 por cento de seus ativos em títulos chilenos denominados em moeda local, o retorno não passou de 3,8 por cento no período, segundo dados da Bloomberg.

Os fundos BCI também refletem o movimento.

O fundo BCI Latin American Corporate Bonds, que Velasco ajuda a administrar, superou 94 por cento de seus pares, acumulando retorno de 6,8 por cento neste ano. O foco tem sido em papéis do México e Argentina, com ponderações de 18,2 por cento e 16,9 por cento, respectivamente, enquanto o Chile representa somente 9,7 por cento da carteira. Já o fundo BCI Latin American Bonds, que concentra 81 por cento dos ativos em emissões chilenas, ofereceu apenas 2,8 por cento de retorno.

"Entre os fatores que explicam a boa rentabilidade neste ano estão o fato de a guerra comercial estar perto do fim, com a expectativa de acordo entre EUA e China, além do fato de o banco central americano ter adotado uma postura mais cautelosa", disse Velasco.