Relação do governo com Congresso melhora a cada semana, diz Maia
(Bloomberg) -- Tensões entre os poderes Executivo e Legislativo estão diminuindo, e isso facilita a aprovação da reforma da Previdência, segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
"A relação está melhorando a cada semana", disse Maia em entrevista à Bloomberg na residência oficial da Câmara, em Brasília. O presidente afirmou que o governo vem se mostrando mais disposto ao diálogo e à discussão sobre pautas legislativas. Ele cita em especial o empenho do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, para melhorar a relação do Planalto com o Congresso.
O elogio de Maia surge após semanas de conflitos e divergências entre o presidente Jair Bolsonaro e parlamentares críticos de sua maneira de lidar com o Congresso. Ecoando sua promessa de campanha, Bolsonaro reluta em construir uma base de apoio a partir de negociações de cargos com partidos. Ele argumenta que parlamentares deveriam entender o recado das urnas, que, segundo ele, evidenciou o repúdio da sociedade ao que o presidente chama de "velha política". Parlamentares acusam o governo de querer jogar a população contra eles e reclamam do desprezo com que são tratados por ministros.
Segundo Maia, uma relação melhor entre os poderes favorece a reforma da Previdência, que está em estágio inicial de tramitação na Câmara. "Acredito que o governo terá papel decisivo para aprovar a reforma da Previdência", disse Maia. Ele mantém a expectativa de aprovação do texto na Câmara, sem grandes alterações no impacto fiscal de R$ 1 trilhão em dez anos definido pelo governo, antes do recesso parlamentar, que começa na metade de julho. "Mas não depende só da minha vontade, depende de o governo conseguir os votos", afirma Maia.
Outro fator que poderia ajudar a tramitação da reforma da Previdência seria um maior apoio popular. Pesquisa divulgada nesta semana mostrou que a maioria dos brasileiros é a favor de uma reforma do sistema previdenciário e de seguridade social, mas rejeita o modelo proposto pelo governo. O desafio, diz Maia, é conduzir uma política de comunicação que conecte a pré-disposição popular ao tema com o que o Planalto propõe.
Maia alerta para o fato de que, mesmo com a possível aprovação da reforma da Previdência, o Brasil precisa com urgência de outras mudanças estruturais. "A Previdência cria ambiente para aprovar outras reformas, como a do Estado e a tributária. Se tudo isso andar, o Brasil pode gerar oito milhões de empregos", diz o presidente da Câmara.
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