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Governo dos EUA amplia investigação sobre cartel de genéricos

Drew Armstrong e David McLaughlin

13/05/2019 14h54

(Bloomberg) -- As ações de algumas das maiores fabricantes de medicamentos genéricos do mundo se desvalorizaram nesta segunda-feira, após um novo processo movido em mais de 40 estados acusar as empresas de formação de cartel para fixar o preço de mais de 100 produtos diferentes nos Estados Unidos.

A Mylan, a unidade Sandoz, da Novartis, e a Teva Pharmaceutical estão entre as 20 farmacêuticas e subsidiárias processadas pelos procuradores-gerais de estado. Vários executivos também foram citados na denúncia civil, que foi apresentada em um tribunal federal em Connecticut.

O processo amplia uma ação iniciada em 2016 por vários estados, e a divisão antitruste do Departamento de Justiça também está conduzindo uma investigação criminal. O chefe da unidade do Departamento de Justiça, Makan Delrahim, havia dito em abril que um inquérito seria aberto, sem especificar o prazo.

A ampliação do processo não poderia vir em pior momento para a indústria de medicamentos genéricos, que já enfrenta desafios devido à queda de preços e problemas de fabricação.

O processo "agora inclui uma lista muito mais ampla de produtos e sugere que a Teva estava, de alguma forma, comandando o esquema", disse Vamil Divan, analista do Credit Suisse.

Os estados dizem que as empresas farmacêuticas conspiraram para fixar preços e fatiar os mercados de medicamentos, em vez de competir com preços. Os executivos discutiam as estratégias em jantares, coquetéis e partidas de golfe, além de se comunicarem por mensagens de texto e telefonemas, segundo dados do processo.

Kelley Dougherty, porta-voz da Teva, disse na semana passada que as alegações do processo não haviam sido provadas. A Mylan não respondeu a um pedido de comentário na semana passada. A Novartis disse em comunicado que as alegações não têm fundamento.

A unidade Greenstone, da Pfizer, também é citada no processo. A Pfizer disse em comunicado que cooperou com o procurador-geral de Connecticut e "não acreditamos que a empresa ou nossos colegas tenham participado de conduta ilegal, negando qualquer irregularidade".

Repórteres da matéria original: Drew Armstrong em N York, darmstrong17@bloomberg.net;David McLaughlin em Washington, dmclaughlin9@bloomberg.net