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Escassez de hélio afeta setor farmacêutico e artigos para festa

Maria Jose Valero

14/05/2019 12h18

(Bloomberg) -- O hélio não é usado apenas em balões. É um material essencial no setor farmacêutico - uma área cada vez mais afetada pela atual escassez desse elemento não renovável.

A falta de hélio já atingiu o setor de artigos de festa. A Party City anunciou na quinta-feira que iria fechar 45 lojas, citando em parte a crescente escassez de hélio, que "impactou negativamente nossas categorias de balão de látex e metálico", disse o presidente da empresa, James M. Harrison, em comunicado. Harrison afirmou que a Party City espera conseguir uma nova fonte de hélio em meados do ano.

Para os hospitais, a notícia chega em boa hora. O hélio é usado para a produção de magnetos supercondutores de equipamentos de RMN (Ressonância Magnética Nuclear). Esses equipamentos identificam as substâncias em uma mistura química e são fundamentais para a produção e pesquisa de medicamentos.

"Um RMN é como uma lupa que permite identificar o que existe em uma mistura", disse em entrevista Sophia E. Hayes, professora de química da Universidade de Washington, em St. Louis.

Ressonâncias magnéticas também usam ímãs supercondutores. Embora dependam do hélio, os magnetos de ressonância magnética não consomem o elemento como os magnetos supercondutores de RMN. Os magnetos de ressonância magnética precisam apenas de um volume inicial de hélio e de um reabastecimento de 15% uma vez entregue e instalado. Com isso, o setor médico consegue lidar com a escassez de maneira "um pouco melhor", segundo Hayes.

Existem atualmente cerca de 13 mil aparelhos de ressonância magnética ativos nos Estados Unidos e cerca de 50 mil em todo o mundo. A taxa de crescimento global deve atingir cerca de 4% até 2023.