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Citi avisa que rali do minério de ferro começa a perder força

Bloomberg News

31/05/2019 10h58

(Bloomberg) -- O Citigroup, líder de torcida do minério de ferro quando a cotação atingiu US$ 100 a tonelada, mudou de ideia e agora aconselha investidores a não contarem com preços mais altos. Segundo o banco, a oferta global deve aumentar, a demanda por aço esfriar e os estoques na China não estão em um nível baixíssimo.

Um cenário global mais fraco da demanda por aço, em parte refletindo um ambiente macroeconômico de maior desaceleração, e uma recuperação gradual dos estoques em minas devem pesar sobre as cotações do minério de ferro, disseram analistas como Tracy Xian Liao em relatório, com uma previsão de preço médio de US$ 88 a tonelada no segundo semestre.

O minério de ferro subiu para o maior nível em cinco anos depois de cortes de fornecimento no Brasil e na Austrália. O Citi foi um dos primeiros a prever que o rali seria forte o suficiente para atingir US$ 100. Embora os preços à vista tenham ultrapassado esse patamar no início de maio, há sinais de que o ritmo de valorização esteja perdendo força. O Morgan Stanley alertou que o minério de ferro "começa a se aproximar dos níveis de pico" e, em um golpe contra a demanda, a gigante de siderurgia ArcelorMittal anunciou cortes de produção esta semana.

"A oferta de minério de ferro tem melhorado, ainda que a partir de níveis baixos", disse o Citi, prevendo que os volumes do Brasil devem subir de forma constante até o fim do ano caso a Vale consiga autorização para retomar as operações da mina de Brucutu. Na China, a maior importadora de minério, "os estoques portuários estão longe de um nível criticamente baixo", segundo o banco.

O Citi previu que o minério subiria para US$ 100 a tonelada no início de fevereiro, logo após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que reduziu o volume de produção e alimentou expectativas de um déficit global. O banco reiterou a previsão em março. Mas, agora, o conselho é não esperar um rali.

--Com a colaboração de Krystal Chia.

To contact Bloomberg News staff for this story: Jake Lloyd-Smith em Cingapura, jlloydsmith@bloomberg.net