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Queda dos preços do cobre deixa minas no vermelho, diz Codelco

Laura Millan Lombrana e Marvin G. Perez

07/06/2019 11h24

(Bloomberg) -- A demanda por cobre "permanece boa", mesmo com os temores sobre o impacto da guerra comercial, segundo a Codelco, maior mineradora do metal do mundo. Roberto Ecclefield, diretor comercial da empresa, diz que a preocupação dos investidores tem pressionado as cotações, que estão no menor nível em cinco meses, colocando em risco investimentos necessários.

Ecclefield disse que a demanda pela commodity "não foi afetada" e que a China continua comprando cobre. Segundo ele, a desvalorização dos preços pode desestimular empresas de mineração na tomada de decisões sobre investimentos, o que provavelmente reduziria ainda mais a oferta, disse. Uma ameaça de greve em uma das principais minas da Codelco também poderia aumentar o déficit global.

"Não haverá cobre disponível a longo prazo se os preços continuarem assim", disse Ecclefield em entrevista em Nova York na quarta-feira, durante o jantar anual do Copper Club. "Com os preços atuais, muitas minas em todo o mundo estão no vermelho."

A Codelco estima que a oferta global de cobre começará a cair em 2022, resultando em um déficit de 4 milhões de toneladas até 2028, disse o CEO Nelson Pizarro em conferência na semana passada. A empresa prevê que a oferta aumente 1,6% ao ano até 2021, acompanhando o crescimento da demanda de 1,8% ao ano.

No início do ano, a produção de cobre foi afetada por eventos climáticos extremos no Chile e no Peru, os dois maiores produtores do mundo. Agora, o setor enfrenta outro risco de corte de fornecimento: na semana passada, a maioria dos trabalhadores em Chuquicamata votou contra uma oferta de contrato de trabalho e a favor de uma greve.

Repórteres da matéria original: Laura Millan Lombrana em Santiago, lmillan4@bloomberg.net;Marvin G. Perez em Nova York, mperez71@bloomberg.net