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CEO do YouTube pede desculpas à comunidade LGBTQ

Gerrit De Vynck

11/06/2019 06h43

(Bloomberg) -- A presidente do YouTube, Susan Wojcicki, pediu desculpas à comunidade LGBTQ pela resposta da empresa às piadas homofóbicas e racistas em vídeos do comediante e comentarista conservador Steven Crowder.

Na semana passada, a gigante de vídeos bloqueou as ferramentas do canal de Crowder que permitem obter ganhos com publicidade. Antes da decisão, o YouTube havia dito que os clipes não violavam suas políticas e manteve o conteúdo no site, provocando fortes críticas. Wojcicki defendeu a decisão, embora lamentando que certas pessoas tenham se sentido ofendidas.

"A decisão que tomamos foi muito dolorosa para a comunidade LGBTQ", disse na segunda-feira durante a Code Conference em Scottsdale, no Arizona. "Esta não foi nossa intenção."

A polêmica envolvendo Crowder é a mais recente de uma série de equívocos e desafios enfrentados pelo maior site de vídeos do mundo. Wojcicki e outros executivos e gerentes do YouTube têm sido criticados por permitir a disseminação de conteúdo falso, extremista e tóxico para garantir o "engajamento" de usuários. Conservadores acusam o YouTube de reprimir o discurso político, e alguns políticos defenderam Crowder.

Na segunda-feira, Wojcicki disse que assistiu a alguns vídeos de Crowder e teve influência na decisão, mas não revisou todos os clipes.

Remover os vídeos ou banir Crowder do YouTube colocaria a empresa em uma situação difícil, porque milhões de pessoas poderiam questionar a ausência de conteúdo com comédia, hip hop e vídeos de programas de entrevistas, disse Wojcicki.

Um vídeo tem que ser malicioso para ser retirado do YouTube por assédio. "Certo ou errado, malicioso é uma barreira alta para nós", disse Wojcicki.

Ela também foi perguntada sobre a recente decisão do governo dos Estados Unidos de possivelmente iniciar uma investigação antitruste contra o Google, dono do YouTube, e pedidos de alguns políticos para que a empresa seja desmembrada.

Wojcicki disse que o vídeo on-line é competitivo, com muitos serviços diferentes. Fazer parte do Google permite ao YouTube dispor da tecnologia e dados para lidar com seus problemas, acrescentou.

O que o YouTube faria se o Google acabasse sendo desmembrado?

"Estamos muito ocupados esta semana", disse Wojcicki. "Não sei. Quero dizer, encontraríamos uma solução."

--Com a colaboração de Mark Bergen.