Presidenciáveis criticam política do McDonald's para assédio
(Bloomberg) -- Senadores dos Estados Unidos, incluindo um quarteto de candidatos democratas à presidência, chamaram a atenção do McDonald's por causa da política da empresa para lidar com casos de assédio sexual.
Em uma carta enviada na terça-feira ao presidente da rede de fast-food, Steve Easterbrook, um grupo de oito senadores liderados por Tammy Duckworth, do estado de Illinois, sede do McDonald's, condena as condições "inseguras e intoleráveis" e comportamento "inaceitável" em restaurantes da empresa. No grupo estão os presidenciáveis Bernie Sanders, de Vermont, Elizabeth Warren, de Massachusetts, Kamala Harris, da Califórnia, e Amy Klobuchar de Minnesota, todos aspirantes à nomeação pelo Partido Democrata para as eleições de 2020.
A missiva segue uma carta que Easterbrook enviou no mês passado para Duckworth, na qual disse que o McDonald's melhorou sua política para assédio e se comprometeu em "garantir um ambiente de trabalho livre de assédio e preconceito". A carta do CEO dizia que a rede oferece uma linha direta terceirizada e treinamento sobre assédio e discriminação, enviando "uma mensagem clara de que estamos comprometidos em criar e sustentar uma cultura de confiança em que funcionários se sintam seguros, valorizados e respeitados".
A maneira pela qual a empresa lida com casos de assédio da empresa tem sido criticada por grupos como a National Organization for Women e a Fight For US$ 15 e por funcionários que abriram mais de 50 processos e apresentaram queixas à Comissão de Oportunidade de Emprego Igualitário nos últimos três anos. As queixas, algumas das quais foram apresentadas no mês passado, acusam a empresa de não ter agido para evitar comportamentos inadequados, como carícias indesejadas, comentários inapropriados dos supervisores e retaliação.
Na carta de terça-feira, o grupo de senadores escreveu que, apesar das promessas do McDonald's, "continuamos preocupados que procedimentos, políticas e atividades planejadas não ofereçam um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todos os trabalhadores que vestem o uniforme do McDonald's".
Eles culpam o McDonald's por "enviar a mensagem errada sobre suas prioridades", simplesmente "encorajando" seus franqueados a adotar novas políticas em vez de exigir que sejam implementadas.
"O McDonald's já faz enormes exigências para seus franqueados, como tarefas mais detalhadas e técnicas de preparação de alimentos", escrevem os senadores.
Um representante do McDonald's encaminhou uma consulta à National Franchise Leadership Alliance, um órgão com representantes eleitos que representa os franqueados. "Levamos a sério nossa responsabilidade de garantir que as pessoas que denunciam assédio ou retaliação sejam ouvidas e protegidas", disse Joe Jasper, representante da NFLA, em comunicado enviado por e-mail. "Continuaremos a ouvir e continuaremos a agir em busca de um mundo onde nenhum nível de assédio seja tolerado."
O escopo da responsabilidade da empresa por suas lojas franqueadas, que respondem por mais de 90% de sua operação nos EUA, tem sido um ponto de conflito entre o McDonald's e os defensores dos trabalhadores. Os ativistas pediram ao governo que considere a empresa como um "empregador conjunto", legalmente responsável por irregularidades, como a suposta violação de regras dos sindicatos em seus restaurantes. O McDonald's negou irregularidades e afirmou que não é um empregador conjunto.
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