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Mesmo com pouco lucro, batalha on-line domina varejo nos EUA

Matthew Boyle

18/06/2019 06h59

(Bloomberg) -- Mais de um em cada três americanos compram produtos alimentícios on-line, e as varejistas correm para abocanhar uma fatia maior desse bolo -- mas sem sacrificar os ganhos.

O Walmart e a Target introduziram novos serviços de venda de produtos por Internet para ver quem atrai mais clientes. O Walmart está testando entregas domésticas ilimitadas por US$ 98 ao ano em quatro cidades, apenas um dólar a menos do que a Shipt, unidade da Target, cobra por ano para entregas no mesmo dia. Clientes on-line da Target agora podem receber entregas pela Shipt pagando US$ 9,99 por pedido, sem ter que pagar a taxa anual. Ambos as varejistas competem com o serviço PrimeNow da Amazon.com, disponível em cidades dos Estados Unidos por US$ 119 ao ano em seus supermercados da rede Whole Foods Market.

As iniciativas, juntamente com a decisão da Instacart de reduzir sua taxa de assinatura para US$ 99 para entregas em uma rede de supermercados locais, ilustram a batalha no segmento de comércio eletrônico dos EUA, em um momento em que americanos se sentem mais confortáveis para comprar produtos alimentícios pela Internet. O número de americanos que compram mantimentos on-line subiu 35 milhões este ano em comparação com 2018, segundo a Coresight Research, mas a entrega de alimentos frescos é complexa, cara e pode comprometer a rentabilidade.

Para viabilizar o negócio, varejistas experimentam uma série de métodos diferentes para entregar as mercadorias aos clientes. A Target oferece nada menos do que seis serviços exclusivos de atendimento, enquanto o Walmart lançou um serviço onde seus funcionários, com câmeras portáteis, entram em casas equipadas com fechaduras inteligentes para colocar as compras na geladeira enquanto os clientes estão no trabalho.

O novo serviço "Entrega Ilimitada" do Walmart está disponível em Houston, Miami, Salt Lake City e Tampa e também oferece a possibilidade de assinatura mensal. Um serviço de entrega com assinatura implementado anteriormente pelo Walmart, o ShippingPass, não deu certo e foi suspenso em 2017 porque a rede não conseguia competir com o programa Prime da Amazon. O Prime agora tem mais de 100 milhões de assinantes que recebem entrega gratuita no mesmo dia, além de acesso a streaming de vídeos.

"Entendemos que os investidores poderiam ver este novo teste com ceticismo", disse em nota Joe Feldman, analista do Telsey Advisory Group. "No entanto, os tempos mudaram."