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Edifícios modernos também contribuem para aquecimento global

Reed Landberg e Jeremy Hodges

21/06/2019 15h45

(Bloomberg) -- Nas linhas suaves e vigas elegantes de edifícios modernos que se espalham pelas grandes cidades do mundo, há uma menor quantidade de poluição escondida.

Seja o marcante arranha-céu Shard em Londres ou o World Trade Center em Nova York, as estruturas modernas são feitas de cimento e aço. E, embora esses materiais possam parecer benignos, cada um deles envolve processos químicos que liberam toneladas de dióxido de carbono além da energia que consomem.

O setor de construção é responsável por 11% das emissões globais de carbono, de acordo com um relatório do C40, um grupo formado por autoridades metropolitanas. Os números destacam como os esforços para controlar os gases que causam o efeito estufa afetarão quase todos os segmentos da economia. Depois de se concentrar no setor de energia, os governos examinam os edifícios como uma importante fonte de poluição, levando empresas como a siderúrgica ThyssenKrupp e a fabricante de cimentos LafargeHolcim a buscarem alternativas mais ecológicas.

"Todo mundo sabe que usamos eletricidade e energia para aquecer casas e acender luzes, mas talvez não imaginem que muita energia é necessária em todos os materiais necessários para construir os edifícios antes de tudo", disse John Barrett, professor da escola sobre Terra e Meio Ambiente na Universidade de Leeds, no norte da Inglaterra. "É um enorme problema."

Uma parte significativa da pegada de carbono permanente de um prédio está contida nos materiais usados ??na estrutura. Essas "emissões incorporadas" não são reguladas por ninguém, segundo o Green Building Council, do Reino Unido, que reúne 400 projetistas, construtoras e incorporadoras.

Um exemplo disso é o Leadenhall Building, no distrito financeiro de Londres, conhecido por sua silhueta de ralador de queijo. A construção do edifício exigiu a emissão de 92.210 toneladas de carbono, disse o conselho em relatório citando dados da construtora britânica British Land. O volume é equivalente à emissão anual de 20 mil carros. Cerca de 60% desse total veio do aço e cimento.

--Com a colaboração de Vanessa Dezem, Jeremy Diamond, Samuel Dodge e William Wilkes.