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Tênis de "tiozão" garantem fortuna do salvador da marca Fila

Yoojung Lee

24/06/2019 15h22

(Bloomberg) -- São pesados e de sola grossa, inspirados na década de 90 e conhecidos como "tênis de tiozão". Mas os millennials adoram e a fascinação dessa geração pelo calçado retrô conseguiu ressuscitar os negócios da Fila.

Os millennials também ajudaram Yoon Yoon-soo a acumular uma fortuna improvável. O patrimônio de Gene, como é chamado em inglês, é estimado em cerca de US$ 830 milhões com sua participação na Fila Korea, que adquiriu a marca global Fila em 2007, no que a mídia sul-coreana chamou de um camarão engolindo uma baleia. Mas Yoon conseguiu virar o jogo para os negócios da Fila, e as ações da empresa dispararam.

A estratégia responsável pela retomada da Fila foi a decisão de trazer de volta produtos icônicos dos anos 90, tendo como alvo consumidores que buscavam looks clássicos. O modelo de tênis "Disruptor 2", por exemplo, relançado em 2017, estava entre os calçados femininos mais populares em determinado momento no ano passado, segundo a plataforma global de pesquisa de moda Lyst. A Fila estima que mais de 10 milhões de pares foram vendidos até janeiro.

Yoon, de 73 anos, não quis dar entrevista. Ele disse a um jornal local da Coreia do Sul em 2017 que, para ele, a Fila é mais do que apenas uma marca esportiva. "É mais como um bebê que tive aos 45 anos", afirmou.

A Fila também ganhou impulso com celebridades que usam seus produtos - a modelo americana Kendall Jenner e a cantora Rihanna foram vistas usando roupas com os icônicos logotipos vermelho, branco e azul da Fila - e por seus preços relativamente baixos.

"A Fila mudou seu alvo de pessoas entre 30 e 40 anos para clientes mais jovens e reduziu os preços", disse Na Eun-chae, analista da corretora Korea Investment & Securities, de Seul. "Isso funcionou bem, junto com seu foco no segmento de calçados."

As ações da Fila Korea subiram 400% desde o início do ano passado até sexta-feira, elevando o valor de mercado da empresa para US$ 4,3 bilhões.

Yoon, que se formou na faculdade aos 30 anos, começou na Fila em 1991 como chefe dos negócios da empresa na Coreia do Sul, com um salário anual de US$ 1,5 milhão. Mas ele tinha ambição. Em janeiro de 2007, liderou uma compra alavancada de US$ 400 milhões da marca global Fila e todas as suas subsidiárias. Em 2010, abriu o capital da empresa na Coreia do Sul.