IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Cassinos na China usam tecnologia para identificar perdedores

Jinshan Hong

26/06/2019 14h52

(Bloomberg) -- A casa de apostas sempre ganha e agora tem a inteligência artificial a seu lado.

Algumas das maiores operadoras globais de cassinos em Macau, território chinês que é o epicentro dos jogos de azar, começaram a instalar câmeras ocultas, tecnologia de reconhecimento facial, fichas de pôquer e mesas de bacará digitais para rastrear quais dos milhões de clientes provavelmente perderão mais dinheiro.

A nova tecnologia usa algoritmos que processam a maneira como os clientes se comportam na mesa de apostas para determinar seu apetite por risco. Em geral, quanto maior o apetite por risco, maior será a perda e, consequentemente, maior será o lucro de um cassino, que pode ganhar até 10 vezes mais.

O monitoramento de alta tecnologia coincide com a concorrência acirrada entre os cassinos em um momento de desaquecimento do setor, que está sob pressão em vários países devido aos desafios econômicos e maior escrutínio regulatório. No maior mercado de apostas do mundo, onde a expansão está perto do limite, duas operadoras de cassinos - as unidades de Macau do Las Vegas Sands e do MGM Resorts International - já começaram a implantar algumas dessas tecnologias em centenas de mesas, de acordo com pessoas a par do assunto. A Sands planeja instalar as tecnologias em outras mil mesas, disseram as pessoas.

Outras três operadoras, Wynn Macau, Galaxy Entertainment e Melco Resorts & Entertainment, negociam com fornecedores para implantar a tecnologia, segundo as pessoas, que pediram para não serem identificadas.

Três grandes empresas fornecem soluções de inteligência artificial para operadoras de cassinos: Walker Digital, Dallmeier e Angel Playing Cards, do Japão.

Representantes da MGM, Galaxy Entertainment, Sands e Wynn não responderam a pedidos de comentários. Um porta-voz da Melco não quis comentar sobre assuntos da empresa que não são públicos. A agência reguladora de cassinos de Macau não respondeu a e-mails e ligações pedindo comentários.

--Com a colaboração de Daniela Wei e Christopher Palmeri.