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O segredo de Chase Coleman para garantir fortuna de US$ 4,6 bi

Hema Parmar, Melissa Karsh e Sophie Alexander

27/06/2019 15h53

(Bloomberg) -- Se Chase Coleman não existisse, Hollywood certamente o inventaria.

Nascido na aristocracia de Nova York e educado em boas escolas, Charles Payson "Chase" Coleman III tinha 25 anos quando a lenda do hedge fund Julian Robertson deu a ele US$ 25 milhões para lançar seu próprio fundo.

Aos 29 anos, casou-se com uma herdeira do setor químico retratada no documentário "Born Rich". Com fama de atleta, é conhecido por pegar algumas ondas pela manhã perto de sua casa de US$ 19 milhões nos Hamptons antes de ir de helicóptero para seu escritório em Manhattan. Coleman surfou com o campeão mundial Kelly Slater, investiu com Snoop Dogg em uma empresa de cannabis e é quase um "scratch" no golfe.

Hoje, aos 44 anos, Coleman administra US$ 30 bilhões na gigante Tiger Global Management. As apostas em empresas de tecnologia de capital aberto e privado o ajudaram a acumular uma fortuna de US$ 4,6 bilhões e fizeram dele o mais jovem financista entre as 500 pessoas mais ricas do mundo, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg.

É difícil criticar um hedge fund com retorno de 25,5% nos primeiros cinco meses deste ano, ou uma unidade de private equity que levantou US$ 5 bilhões com um único investimento. Nem tudo é perfeito, claro. Por um lado, a empresa pode realmente ter muito dinheiro - algo que o próprio Coleman comentou recentemente.

"Não é fácil administrar uma grande quantidade de capital, e sou desafiado todos os dias", disse Coleman na semana passada em uma conferência do Morgan Stanley, segundo pessoas que compareceram ao evento. É preciso ser cauteloso em como as coisas são feitas, acrescentou, e é por isso que diversifica seus investimentos com empresas listadas e privadas.

Enquanto os ativos aumentavam, alguns executivos importantes partiram, muitas vezes para administrar seu próprio dinheiro. Feroz Dewan, que administrou ações, saiu em 2015, assim como Caleb Watts, Andrew Bellas e Alexander Captain. Lee Fixel, responsável pela investida da empresa na Índia e por trás de alguns de seus investimentos mais lucrativos, vai deixar a empresa este mês depois de 13 anos.

E também existem os valuations em território de bolha.

"Toneladas de capital foram para o espaço tecnológico, e isso poderia reduzir os retornos", disse Mark Buntz, diretor financeiro da Fundação William K. Warren, que tem investido nos fundos de investimento privados da Tiger Global por mais de uma década. "Mas espero que a Tiger Global exerça a mesma disciplina do passado, e não saia correndo atrás de negócios."

--Com a colaboração de Tom Maloney.