IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Opep+ avalia riscos de guerra comercial e conflito no Golfo

Grant Smith

27/06/2019 14h11

(Bloomberg) -- A Opep e seus aliados parecem preparados para seguir com a estratégia atual quando se reunirem na próxima semana, renovando um acordo para restringir o fornecimento de petróleo e sustentar os preços. Mas, em um mercado nublado por incertezas, os representantes do grupo provavelmente também dão pistas de como a política pode mudar.

Com a demanda por petróleo em baixa em meio à desaceleração econômica global e a oferta em alta graças ao boom do xisto dos Estados Unidos, a coalizão liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia deve formalmente estender as restrições de produção por mais seis meses.

No entanto, com o mercado sendo cada vez mais puxado em diferentes direções pela prolongada disputa comercial EUA-China e um possível conflito militar no Golfo Pérsico, o grupo que bombeia cerca de metade do petróleo mundial provavelmente vai deixar suas opções em aberto.

"Estamos girando entre duas histórias - uma guerra comercial e uma guerra de tiros", disse Helima Croft, estrategista-chefe de commodities da RBC Capital Markets, em Nova York. "Os sauditas provavelmente sinalizarão que estão prontos para desviar a produção para qualquer lado e serem ágeis. Mais como uma lancha do que como um navio de guerra."

A aliança de 24 nações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros, conhecida como OPEC+, se reúne em Viena entre os dias 1 e 2 de julho para decidir sobre o próximo passo. O ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, disse em 7 de junho que um acordo para estender os cortes era quase certo. A Rússia, outro peso-pesado da aliança, prefere esperar até que os líderes dos dois países se reúnam na semana que vem, durante a cúpula do G-20 no Japão, antes de tomar uma decisão.

O argumento para estender o acordo - que estipula a redução da produção em 1,2 milhão de barris por dia e que termina este mês - é claro. O crescimento da demanda de petróleo é corroído pela expansão econômica global mais fraca em uma década e pela disputa tarifária EUA-China. Ao mesmo tempo, a oferta de fora da Opep está em alta, com a produção americana em nível recorde.

A abundância de petróleo bruto mantém os preços perto de US$ 65 o barril em Londres, abaixo dos níveis necessários pela maioria dos países da Opep para cobrir os gastos do governo. A Arábia Saudita, o maior membro do cartel, precisa de uma cotação de US$ 85 para equilibrar seu orçamento, segundo o Fundo Monetário Internacional.