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Deutsche Bank recomenda comprar ouro em caso de guerra cambial

Katherine Greifeld

16/07/2019 13h12

(Bloomberg) -- Caso a política de câmbio dos EUA estimule um conflito cambial global, o Deutsche Bank AG vê o ouro como o vencedor final.

A possibilidade de intervenção dos EUA no câmbio criou alguma agitação entre os analistas de Wall Street depois de o presidente Donald Trump mirar China e Europa neste mês, dizendo que estão fazendo um "grande jogo de manipulação de moeda". Uma eventual tentativa dos EUA de enfraquecer o dólar - um passo que não é dado desde 2000 - poderia levar outras nações a combater a intervenção, provocando uma "verdadeira guerra cambial" provavelmente envolvendo o yuan e o euro, de acordo com o estrategista do Deutsche Bank Alan Ruskin.

"Com uma guerra cambial com maior probabilidade de ser travada nos campos do dólar/yuan e euro/dólar, uma abordagem seria evitar o conflito direto", escreveu Ruskin em nota na segunda-feira. "De longe, a maneira mais direta e simples de operar as complexidades de uma guerra cambial é ficar comprado em ouro."

Ouro subiu 10% este ano em meio ao aprofundamento das tensões comerciais EUA-China e ao aumento das apostas em um corte nas taxas do Federal Reserve. O metal atingiu o preço mais alto em seis anos no mês passado, e os hedge funds estão próximos aos seus níveis mais otimistas desde 2017.

Trump expressou preocupação de que a força do dólar pode prejudicar sua agenda econômica, o que também alimentou suas críticas ao banco central dos EUA. Um índice referente ao dólar usado pelo Fed está perto do nível mais forte desde 2002, exercendo peso sobre as exportações americanas.

Enquanto uma intervenção no câmbio não teria o elemento surpresa, e as avaliações não sejam convincentes para uma ação desse tipo, Trump pode obter seu desejo de um dólar mais fraco se vendas de dólar acompanharem a flexibilização monetária, escreveu Ruskin. A expectativa é de que o Fed reduza juros no final deste mês.

--Com a colaboração de Justina Vasquez.

Para contatar o editora responsável por esta notícia: Patricia Xavier, pbernardino1@bloomberg.net