ING entra no radar de ONGs por financiamento de mar de plástico
(Bloomberg) -- A crescente quantidade de plástico nos oceanos está no radar de grupos ambientais há muitos anos. Agora, as ONGs têm como alvo empresas que financiam o material.
O Dutch Fair Finance Guide, um grupo que inclui os escritórios locais da Anistia Internacional e Amigos da Terra, diz que o ING é, "de longe", o maior financiador da Holanda de produtoras de plástico e gás de xisto. Apesar da preocupação com o lixo que polui o meio ambiente, a produção de plástico continua crescendo. Se esse ritmo continuar, os oceanos terão mais plástico do que peixes até 2050, segundo relatório do Fórum Econômico Mundial e da Fundação Ellen MacArthur.
A divulgação dos nomes dos principais financiadores, que também incluem o ABN Amro Bank, deu início a uma campanha destinada a mudar o perfil dos investimentos. ONGs acreditam que agora é o momento de fazer isso. Críticas semelhantes sobre o financiamento de atividades com carvão e óleo de xisto levaram bancos e gestores de recursos, como o ING, a prometer reduzir sua exposição a esses setores.
Em comunicado à Bloomberg News, o maior banco holandês defendeu o financiamento da produção de gás natural, que inclui o gás de xisto, porque considera o combustível um elo importante na transição energética do carvão para outras fontes.
O boom do gás de xisto transformou o setor de energia, com o aumento da oferta de etano, um derivado e importante matéria-prima dos plásticos. O ING tem uma exposição de quase US$ 4 bilhões em empréstimos concedidos com outros bancos a sete dos dez maiores produtores de gás e plástico, como a Royal Dutch Shell, DuPont de Nemours e Exxon Mobil, segundo o Dutch Fair Finance Guide.
Em relação à produção de plástico, o ING afirma que se comprometeu com o Compromisso Global por uma Nova Economia do Plástico, no qual empresas e instituições governamentais prometeram aumentar o percentual de plástico reciclável para 25% em 2025 em relação à parcela atual de 2%.
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