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Fundos estatais do Chile estudam investir em projetos verdes

Eduardo Thomson

18/07/2019 13h22

(Bloomberg) -- O governo do Chile, focado em sustentabilidade no ano em que organiza a maior conferência ambiental do mundo, estuda transferir mais investimentos para projetos ecologicamente corretos.

Autoridades responsáveis pelo Fundo de Estabilização Econômica, de US$ 14 bilhões, e o Fundo de Reservas de Pensões, com US$ 10 bilhões, estudam se vale a pena aumentar investimentos em ativos que levem em conta questões ambientais, sociais e de governança, segundo Andrés Pérez, coordenador internacional de finanças do Ministério da Fazenda do Chile. A revisão começou em maio, e não há prazo para tomar uma decisão.

O Chile entra no grupo de outros fundos estatais que buscam práticas de investimento que apoiam a sustentabilidade e que respeitam os direitos dos trabalhadores. A GIC, de Cingapura, tem investido em empresas de energia renovável e a Temasek Holdings, do mesmo país, está criando um fundo de investimento de impacto. Em março, a Noruega disse que pretende aumentar as restrições aos investimentos em carvão para seu fundo soberano de US$ 1 trilhão, dando mais espaço para ativos de infraestrutura de energia renovável.

O comitê chileno vai avaliar se pode casar as estratégias dos fundos, em sua maioria passivas, com os princípios ESG (sigla em inglês de práticas ambientais, sociais e de governança), mas as autoridades estão confiantes de que não terão que sacrificar o retorno do investimento para fazer a mudança.

Seguir os critérios ESG "não destrói, mas cria valor", disse Pérez em entrevista. Um estudo da Morningstar constatou que 63% dos fundos sustentáveis terminaram 2018 na metade superior de suas respectivas categorias.

Enquanto o governo do Chile se prepara para sediar este ano uma conferência ambiental da ONU com o tema "The Time for Action is Now" (a hora de agir é agora), também busca mais oportunidades para vender títulos verdes. No início do ano, o governo emitiu com sucesso títulos no valor de 861 milhões de euros (US$ 966 milhões) com vencimento em 2031 e US$ 1,4 bilhão em títulos com vencimento em 2050 que atendiam a esses critérios. O governo trabalhou por cerca de um ano para obter as certificações para a oferta e identificou uma carteira avaliada em US$ 4,4 bilhões em projetos ambientalmente interessantes, disse Pérez.