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McDonald's pode se gabar de seu hambúrguer, mas não dos retornos

Molly Smith

24/07/2019 06h17

(Bloomberg) -- O McDonald's pode se gabar de quão suculentos são seus hambúrgueres, mas dificilmente pode dizer o mesmo sobre os rendimentos de alguns de seus títulos de dívida.

Os investidores agora pagam para emprestar euros à rede norte-americana de fast-food, já que a política monetária pós-crise manteve as taxas de juros nas mínimas ou perto desse nível. Com o Banco Central Europeu pronto para injetar mais estímulo na zona euro, o montante recorde de US$ 13,3 trilhões em títulos de dívida com retorno negativo pode aumentar ainda mais, afastando alguns emissores dos Estados Unidos do mercado europeu.

A dívida denominada em euros emitida pelo McDonald's com cupom de 4% agora oferece retorno de -0.174%, segundo dados compilados pela Bloomberg. Os títulos em euros da rede com cupom de 2% e vencimento em 2023 mostram rendimento de -0,148%.

O McDonald's não está sozinho nesta onda, já que as políticas monetárias de afrouxamento monetário também empurraram os rendimentos europeus abaixo de zero em outros títulos de companhias americanas, como em alguns títulos da Apple, PepsiCo, AT&T e IBM.

Dos US$ 13,3 trilhões em dívida corporativa e soberana com retorno negativo, segundo dados da Bloomberg, US$ 245 bilhões são dos Estados Unidos e do Canadá. A dívida denominada em dólares de empresas norte-americanas ainda oferece rendimentos em território positivo, já que as taxas de juros dos EUA - apesar da expectativa de queda - ainda são muito mais altas do que na Europa.

Embora essas empresas sejam classificadas com grau de investimento e já ofereçam retorno inferior do que os títulos com nota junk, algumas empresas classificadas como de alto rendimento também possuem alguns títulos com retorno negativo, como a Altice France, a Telecom Italia e a Nidda Healthcare Holding (Stada).

--Com a colaboração de Phil Kuntz, Laura Benitez, Tasos Vossos, Benjamin Purvis e Paula Sambo.