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Com siderúrgica verde, Suécia sai na frente em corte de emissões

Hanna Hoikkala e Jesper Starn

30/07/2019 15h56

(Bloomberg) -- Enquanto siderúrgicas europeias tentam revolucionar processos de produção poluidores, agora considerados um dos principais culpados pela crise climática, uma empresa do setor pode levar vantagem sobre as rivais.

A sueca SSAB, assim como as concorrentes europeias Thyssenkrupp e ArcelorMittal, recorre ao hidrogênio como substituto do carvão em seus processos para reduzir as emissões de dióxido de carbono. Mas, para realmente se tornarem verdes, as siderúrgicas devem garantir que a eletricidade usada para extrair o hidrogênio também esteja livre de combustíveis fósseis, o que se torna um problema para as siderúrgicas alemãs, já que a Alemanha ainda depende muito de carvão e gás natural para suas necessidades energéticas. A Suécia, em contraste, é quase inteiramente abastecida por fontes de energia não fósseis.

A energia hidrelétrica é responsável por cerca de 40% da geração de eletricidade do país nórdico. A energia nuclear responde por outros 40%, com uma parcela de 10% de energia eólica. Isso dá uma vantagem à SSAB, que juntamente com a concessionária Vattenfall e a mineradora LKAB, que fornece minério de ferro, explora a mudança para o hidrogênio em um projeto chamado Hybrit.

"A base em energia hidrelétrica é favorável e oferece à Suécia uma vantagem quando se trata de projetos como o Hybrit", disse Ola Sodermark, analista do setor na Kepler Cheuvreux, em entrevista por telefone.

As apostas podem ser altas, pois os clientes procuram reduzir sua própria pegada de carbono, avaliando toda a sua cadeia de suprimentos. Com a transição da indústria automobilística para veículos elétricos, é provável que o setor esteja interessado em pagar um prêmio por materiais neutros em carbono e usá-los para promover as vendas, disse Sodermark.

Repórteres da matéria original: Hanna Hoikkala em Estocolmo, hhoikkala@bloomberg.net;Jesper Starn em Estocolmo, jstarn@bloomberg.net