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Conselhos com apenas uma mulher podem sobrecarregar diretoras

Jeff Green

30/07/2019 10h02

(Bloomberg) -- Empresas que esperam muito para ter a primeira mulher no conselho são mais propensas a escolher uma que já seja diretora em outro lugar, o que significa que ela terá menos tempo para se dedicar à empresa, segundo estudo da Bloomberg Intelligence.

Diretoras que são as únicas mulheres em conselhos atuaram, em média, em cerca de 1,4 conselho, a categoria mais ocupada em todas as classes de diretores, de acordo com a pesquisa divulgada na terça-feira pelo analista da Bloomberg Intelligence, Rob Du Boff.

Para as mulheres nos conselhos de administração dos componentes dos índices S&P 500 ou Stoxx 600, com duas ou mais diretoras, havia poucas evidências de que as candidatas tivessem o mesmo tipo de conflito, disse Du Boff.

"Nas empresas em que havia apenas uma mulher no conselho, o número médio de assentos no conselho era elevado", disse. "O número de assentos no conselho para homens estava abaixo da média" para essas diretorias.

Com a pressão dos investidores nos Estados Unidos e regras rígidas na Europa, mais empresas são obrigadas a indicar mulheres para o conselho. No caso de companhias com apenas uma mulher, grupos de defesa e opositores monitoram a tendência para garantir que o fardo de atender à demanda não recaia sobre um pequeno grupo de mulheres. No S&P 500, agora todas as empresas têm pelo menos uma mulher no conselho. O Stoxx 600 tem várias empresas com diretoras no conselho, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Em geral, há poucos sinais de que as cotas na Europa ou a pressão nos EUA estejam fazendo com que as mulheres tenham que trabalhar em muitos conselhos, disse Du Boff. Homens e mulheres, com exceção dos conselhos com apenas uma diretora, têm o mesmo nível de comprometimento, disse.