Operadoras de telefonia aproveitam demanda por títulos verdes
(Bloomberg) -- As operadoras de telefonia são grandes usuárias de energia e precisam reduzir as emissões. O setor também enfrenta despesas enormes para desenvolver a próxima geração de redes sem fio. Títulos de dívida verdes prometem ajudá-las com ambos os objetivos.
Um fluxo constante de emissões poderia estar a caminho: a Orange e a BT estão prontas para seguir os passos da Telefónica e da Verizon Communications na venda de títulos destinados a financiar projetos ecologicamente corretos. O setor já concluiu pelo menos US$ 3 bilhões em ofertas desde janeiro, os primeiros passos em um mercado de dívida sustentável que a Bloomberg New Energy Finance estima que pode ultrapassar US$ 370 bilhões este ano.
Os recursos podem ajudar empresas de telecomunicações a substituir os fios de cobre, que consomem muita energia, por cabos de fibra ótica ou construir redes 5G que prometem tornar cidades, residências e fábricas mais eficientes. Há muito apetite dos investidores por essa nova visão de investimento sustentável, mas há um problema: qualquer sinal de que um título não ajude de fato o planeta pode fazer com que alguns compradores fujam.
"As operadoras de telecomunicações precisam investir muito. No longo prazo, ter títulos verdes será muito importante", disse Juuso Rantala, que incluiu o título verde da Telefónica no fundo de 400 milhões de euros (US$ 449 milhões) que administra na Aktia Asset Management, na Finlândia. "Se eu descobrir que não posso confiar na empresa no caso dos títulos verdes, também não posso confiar nela de muitas outras maneiras. Se não posso confiar, não invisto."
Os títulos mostram como a dívida verde se expande para além do universo original do setor de energia limpa. O frigorífico Marfrig Global Foods e a varejista australiana Woolworths acessaram esse mercado para ajudar suas operações a se tornarem mais ecológicas.
Para operadoras, a tarefa é urgente. O setor de comunicações responde por cerca de 10% da demanda mundial de eletricidade e pode superar 20% até 2030, com a explosão da demanda por dados, segundo a Huawei Technologies.
--Com a colaboração de Paul Cohen e Lyubov Pronina.
Para contatar a editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
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