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Plano para maior túnel ferroviário submarino do mundo emperra

Ott Ummelas

13/08/2019 08h28

(Bloomberg) -- Um plano para construir o túnel ferroviário submarino mais longo do mundo enfrenta o primeiro obstáculo.

O financiamento de 15 bilhões de euros (US$ 16,8 bilhões) foi fechado este ano para a construção do túnel, que vai ligar a Finlândia à Estônia. Mas o país báltico de 1,3 milhão de habitantes quer mais detalhes sobre o financiamento, o plano de negócios por trás da ideia e o papel da Finlândia antes de seguir em frente.

"Precisamos de uma compreensão clara de onde vem o dinheiro e em qual quantidade", disse em entrevista o ministro da Economia da Estônia, Taavi Aas. "Onde estão as garantias de que será concluído? A incorporadora não conseguiu responder como estimou o volume de pessoas que viajarão" pelo túnel, acrescentou.

O túnel entre Helsinque e Tallinn teria mais de 100 quilômetros e implicaria a construção de pelo menos uma ilha artificial. O projeto foi lançado pelo empresário finlandês Peter Vesterbacka, que trabalhou na Rovio Entertainment, que desenvolveu o videogame Angry Birds.

O financiamento, que será bancado pela chinesa Touchstone Capital Partners, cobrirá todo o custo do projeto, disse em março a companhia de túneis Finest Bay Area Development.

Estudo de viabilidade

Um túnel poderia ser economicamente viável como uma parceria público-privada. A União Europeia cobriria 40% do custo de 13 a 20 bilhões de euros, segundo um estudo encomendado pelos dois países no ano passado. O ministro Aas disse que é difícil encaixar os resultados desse estudo com os planos de Vesterbacka.

Em uma carta enviada no mês passado para as incorporadoras para obter mais detalhes, o ministro da Administração Pública da Estônia, Jaak Aab, disse que o atual cronograma para inaugurar o túnel em 2024 não é realista. O estudo de 2018 mostrou que a construção levaria 15 anos para ser concluída.

O governo da Finlândia não discutiu o projeto do túnel e não faz parte de seu programa de políticas, de acordo com Sabina Lindstrom, diretora-geral do Departamento de Redes do Ministério dos Transportes e Comunicações.

"Tivemos conversas não oficiais com nossos colegas estonianos sobre a ideia de um memorando de entendimento, mas eles ainda não enviaram um pedido oficial para a assinatura", disse Lindstrom por telefone, em 12 de agosto.

A Estônia espera assinar um memorando com a Finlândia este mês, segundo a carta de Aab de julho. No entanto, mais detalhes sobre o projeto são cruciais, de acordo com Aas.

--Com a colaboração de Kati Pohjanpalo.

Para contatar a editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net