Austrália rejeita pedidos de vizinhos para abandonar carvão
(Bloomberg) -- A Austrália não pretende ceder aos pedidos de líderes das Ilhas do Pacífico para abandonar a mineração de carvão e, assim, ajudar a combater a mudança climática. O governo australiano diz que seus vizinhos precisam respeitar a dependência do país do setor de carvão.
O segundo maior exportador de carvão do mundo se torna cada vez mais um alvo na batalha contra as emissões de carbono. O primeiro-ministro Scott Morrison foi reeleito em maio com uma plataforma de apoio aos combustíveis fósseis. Agora, a Austrália está sob ataque de países já ameaçados pelos impactos da mudança climática, como a elevação do nível do mar.
Fiji liderou o ataque à relutância da Austrália em desistir do combustível em uma cúpula anual das Ilhas do Pacífico esta semana em Tuvalu. A Austrália deve "fazer todo o possível para conseguir uma rápida transição do carvão", disse o primeiro-ministro de Fiji, Frank Bainimarama.
Mas não há sinais de que Morrison, que chegou à cúpula na quarta-feira, assuma algum compromisso. "Não teremos um comunicado onde o carvão ou a geração a carvão, ou sua eliminação gradual, seja uma proposta realista", disse o ministro para o Pacífico da Austrália, Alex Hawke, em entrevista à Australian Broadcasting.
O carvão pode estar em declínio terminal em termos globais, mas ainda desempenha um papel importante na geração de energia na Ásia e na economia australiana, onde as vendas combinadas alcançaram quase US$ 70 bilhões no ano fiscal de 2019. Em junho, o polêmico projeto de carvão do Adani Group foi aprovado, o que potencialmente cria mais uma região de mineração, e o governo de centro-direita de Morrison continua a ser um forte defensor do setor.
Para contatar a editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
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