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Príncipe herdeiro da Arábia Saudita é mandachuva bilionário

Devon Pendleton

14/08/2019 16h41

(Bloomberg) -- Foi uma ação sem precedentes contra membros do poder outrora invioláveis ??no reino, descrita como uma repressão à corrupção.

Para colocar o plano em prática, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, transformou o Ritz-Carlton, em Riad, em prisão em novembro de 2017 para centenas de homens. Muitos dos cativos - alguns deles parentes e príncipes em seus próprios direitos - foram libertados somente depois de concordar em transferir ativos para o governo, como terras, dinheiro e participações em negócios. O total recuperado, segundo autoridades sauditas, foi de cerca de US$ 107 bilhões.

Essa demonstração chamativa de poder revolucionou décadas de regras não escritas dentro da secreta Casa de Saud e efetivamente marginalizou os possíveis oponentes do príncipe herdeiro de uma só vez. Com sua ascensão na hierarquia do reino a presumível herdeiro do trono, o príncipe se tornou não apenas o líder político de fato do estado rico em petróleo, mas o incomparável mandachuva bilionário de uma empresa familiar com mais dinheiro do que qualquer outra dinastia do planeta.

A dinastia Al Saud soma 15 mil pessoas, segundo estimativas de analistas políticos e acadêmicos, que incluem crianças e idosos. A fortuna coletiva é estimada em mais de US$ 100 bilhões segundo o Índice de Bilionários Bloomberg, o suficiente para ficar em quarto lugar entre as famílias mais ricas do mundo.

O Centro de Comunicação Internacional do Ministério da Informação da Arábia Saudita não respondeu a um pedido de comentários.

O cálculo é muito conservador, baseado principalmente na fonte de renda mais rastreável para os membros da Casa de Saud por décadas: pagamentos da realeza distribuídos pelo escritório particular do rei.

As ajudas mensais, conforme detalhado em telegrama da embaixada dos Estados Unidos de 1996 publicado pelo Wikileaks, variavam de US$ 800 a US$ 270 mil e totalizavam US$ 2 bilhões por ano. Não está claro como, ou se, os valores mudaram desde então.

A Bloomberg partiu do pressuposto de que os pagamentos permaneceram estáveis, sem ganhos de possíveis investimentos. Mas, se os benefícios subissem em sincronia com, digamos, a inflação ou as receitas do petróleo saudita, e se os pagamentos fossem investidos nos mercados de capitais, a Casa de Saud poderia valer cerca de US$ 1 trilhão, o que a tornaria a família mais rica do mundo.

--Com a colaboração de Donna Abu-Nasr, Jasmine Teng, Tom Maloney, Elizabeth Rembert e Alan Katz.